São Paulo, sábado, 6 de maio de 1995
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FHC quer novo jogo contra Congresso

MARTA SALOMON; CARLOS MAGNO DE NARDI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA E DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

Governo e Congresso vão voltar a se enfrentar num campo de futebol.
Uma nova partida entre integrantes do Executivo e parlamentares está sendo organizada pelo próprio presidente Fernando Henrique Cardoso para logo depois da votação do primeiro pacote de emendas constitucionais.
``Mas, dessa vez, vou levar reforço, e não vamos levar goleada", avisou FHC ao deputado Marquinho Chedid (PSD-SP), um dos "jogadores" do Congresso.
Decidido a assumir pessoalmente o papel de técnico do governo na partida, o presidente já escalou Edson Arantes de Nascimento, o Pelé, ministro extraordinário dos Esportes, para o ataque governista.
No primeiro jogo, o tricampeão mundial não participou, e o time do Executivo mostrou pouca intimidade com a bola.
Entusiasmado com as primeiras vitórias nas votações das emendas que abrem a economia a investimentos privados e externos, FHC concordou com a confecção de faixas comemorativas, onde estará escrito ``Assunto resolvido".
Elas vão substituir a flâmula com os dizeres ``Reforma já", que foi entregue ao Congresso no primeiro jogo.
No primeiro jogo entre os dois Poderes, dia 9 de abril último, o Congresso marcou cinco gols, e bateu o Executivo, que fez apenas três.
FHC deu apenas o ponta-pé inicial e se limitou a assistir à partida.
O ministro das Comunicações, Sérgio Motta, que foi técnico da equipe governista na primeira partida, será deslocado para a defesa do governo.
Paulo Renato (ministro da Educação) irá para o gol, decidiu o presidente.
Nos últimos dias, Fernando Henrique aproveitou telefonemas a deputados em busca de apoio às reformas para acertar a nova partida de futebol entre os dois poderes.
O presidente tem investido no tom descontraído nessas conversas. Elas têm sido aproveitadas para sondar a tendência de voto dos parlamentares.
(Marta Salomon e Carlos Magno de Nardi)

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