São Paulo, sábado, 6 de maio de 1995 |
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CUT aceita alterações na Constituição
CRISTIANE PERINI LUCCHESI
A posição anterior da central era de só negociar caso o governo retirasse sua proposta de votação. O debate foi intenso e a posição final, defendida pela Articulação Sindical, corrente política do presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, foi aprovada com 55 votos a favor, 28, contra, e sete abstenções. A Corrente Sindical Classista (PC do B), o PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado, antiga Convergência Socialista) e a CUT pela Base, as outras principais correntes políticas da direção da CUT, votaram contra. A central decidiu criar uma comissão que vai debater cada item da reforma com outra comissão do governo, como propôs a Vicentinho o ministro do Trabalho, Paulo Paiva, e o próprio FHC. Foi aprovado documento que defende as ``reformas populares" (as da CUT) e contra ``as reformas neoliberais de FHC". ``Foi uma mudança tática. Precisamos participar do debate e defender as reformas realmente necessárias", afirmou Vicentinho. José Maria de Almeida, presidente do PSTU e diretor da CUT, disse que votou contra a proposta aprovada pois ``o governo não está demonstrando que quer negociar". Ele disse, no entanto, que vai acatar a decisão adotada. Segundo Vicentinho, a CUT aceita discutir todos os itens da reforma com o governo. ``Continuamos defendendo o monopólio dos setores de petróleo e telecomunicações e a aposentadoria por tempo de serviço. Acho que aí não haverá acordo", disse Vicentinho. Segundo o secretário-geral da CUT, João Vaccari, a CUT vai se articular com partidos políticos para apresentar suas emendas para votação no Congresso. A idéia da CUT é inverter a pauta de votação das emendas e tentar começar o debate com a reforma fiscal, tributária e nas relações trabalhistas. Sobre esses temas, a central tem proposta conjunta com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, entre outras entidades, que será entregue a FHC. Na reunião, a CUT aprovou ainda sua proposta para as reformas na Previdência Social. A idéia é uma Previdência gerenciada por um organismo com participação igual do governo, empresários, trabalhadores e aposentados. Prevê também um critério único de aposentadoria para o setor público, privado e militares. A CUT aceita discutir as aposentadorias especiais caso a caso, mas defende o fim dos ``privilégios" para parlamentares. Texto Anterior: José Serra faz elogios à votação da oposição Próximo Texto: Idéia é teto até 20 mínimos Índice |
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