São Paulo, sábado, 6 de maio de 1995
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Músico paga taxa oficial de 37,8%

FERNANDO CANZIAN
DA REPORTAGEM LOCAL

O músico Antonio Sergio Ribeiro está pagando uma taxa de juro maior do que a aplicada pelos agiotas de São Paulo para acertar suas contas com a financeira Mercantil Finasa.
Em razão de um imprevisto no orçamento, Ribeiro atrasou em 40 dias a última prestação de R$ 1.517,00 para a compra de um automóvel Renault Twingo.
Na quarta-feira passada, foi informado de que a prestação havia subido para R$ 2.509,50 (10% de multa sobre o atraso mais juros de 1,26% ao dia).
O juro que está pagando equivale a 37,80% ao mês.
Aderbal Domingos da Silva, gerente da Mercantil Finasa, diz que a taxa cobrada do músico é ``praxe no mercado de hoje".
Flávio Pacheco, vice-presidente da Acrefi, associação que reúne as financeiras, diz que as empresas do setor são ``meras intermediárias" de dinheiro.
``E quando um cliente não paga sua conta, as financeiras têm de cobrar a mais por ficarem `descobertas' em relação a quem as financia", diz.

Política do BC
A política do Banco Central de conservar os juros altos -e aumentá-los recorrentemente- tem três objetivos:
1) desestimular o consumo e a formação de estoques especulativos nas empresas (incentivando as aplicações financeiras);
2) estimular a permanência de aplicações de investidores internacionais no mercado brasileiro para gerar saldo positivo nas contas externas do país e;
3) financiar as despesas correntes do governo, já que o Brasil não tem superávits constantes nas contas fiscais (arrecadação menos despesas).
(FCz)

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