São Paulo, sábado, 6 de maio de 1995
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Conflito croata se expande para Bósnia

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Combates entre sérvios e croatas se ampliaram ontem da Croácia para a Bósnia, após a reconquista croata de territórios que estavam em mãos sérvias.
Foram os piores choques na Bósnia desde que expirou segunda-feira uma trégua de quatro meses intermediada pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Tropas croatas reconquistaram em menos de três dias a Eslavônia Ocidental, região da Croácia que desde 1991 era dominada pela República Sérvia da Krajina (não-reconhecida).
Os sérvios da Krajina reagiram e bombardearam a capital croata, Zagreb, matando pelo menos seis.
O líder dos sérvios da Bósnia, Radovan Karadzic, prometeu ajudar os sérvios da Krajina a recuperarem o território perdido.
Com domínio sobre 70% da Bósnia, ele recusa um plano de paz que divide o país: metade para sérvios, metade para croatas e bósnios (muçulmanos).
Segundo observadores, houve ontem bombardeios pesados na Bósnia sobre o bolsão croata de Orasje e sobre a cidade de Brcko, dominada por sérvios.
Em menos de três horas, forças bósnias apoiadas por croatas despejaram mais de 2.000 bombas e morteiros sobre Brcko, matando pelo menos três pessoas.
Brcko fica às margens do rio Sava, fronteira entre Bósnia e Croácia. A cidade está numa rota de suprimentos que liga regiões controladas por sérvios.
Em suposta represália, sérvios atacaram com metralhadoras uma estrada nas montanhas que é a única rota para chegar à capital sitiada da Bósnia, Sarajevo.
Em Banja Luka (norte da Bósnia), sérvios mantiveram o bispo Franjo Komarica, católico e croata, em virtual prisão domiciliar.
Banja Luka é a maior cidade do norte da Bósnia que está em poder dos sérvios. Para lá fugiram centenas de sérvios da Eslavônia Ocidental, após a reconquista croata.
Sérvios atacaram com tanques e bombardeios o encrave muçulmano de Bihac (entre Bósnia e Krajina), matando sete civis.
A Cruz Vermelha se queixou da dificuldade de acesso à Eslavônia Ocidental, onde ainda estariam 5.000 refugiados sérvios e cerca de 700 prisioneiros de guerra.
A União Européia inocentou o Exército croata de acusações de maus-tratos contra sérvios derrotados em Pakrac (na Eslavônia).

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