São Paulo, domingo, 7 de maio de 1995
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DEPOIMENTO

``Estava na caminhonete com o Fabiano, um rapaz que tinha conhecido no Chope House. Ele estava enrolando para sair com o carro. Acho que queria me beijar.
De repente, um cara entrou, colocou um revólver na minha cintura e nos rendeu. Se eu tivesse problema de coração, já teria morrido.
Seguimos para a rodovia Washington Luiz. Em Cedral, ele deixou o Fabiano. Fui conversando com ele, perguntei por que fazia isso, já que era tão novo.
Eram 3h30 quando entramos na marginal Pinheiros. Ele queria me deixar lá. Eu disse que morreria, pedi que me deixasse em um lugar melhor. Ele ficou quieto.
De dia, pude vê-lo melhor. Não era feio nem bonito, aparentava uns 22 anos. Fomos para a casa de um amigo dele e fui apresentada como sua namorada. Não neguei.
Ele bebeu muito durante todo o dia. Corria, passava em sinal fechado. De repente, me deu um beijo. Eu o empurrei e perguntei por que tinha feito isso. Ele disse que estava com muita vontade de me beijar. Fiquei na minha.
Foi anoitecendo e ele me levou para um motel. Enrolei no banheiro um tempão, estava aflita. `Pingava' de medo. Ele foi tomar banho mas ficou de porta aberta me olhando. Ao sair do banheiro, me jogou na cama e me beijou. Fizemos sexo três vezes.
Naquela noite e nas outras, não dormi mais. Cochilava, mas logo acordava. Ele dormia profundamente. A noite seguinte passamos em um motel de Campinas. E, de manhã, voltamos para Rio Preto.
Ele me deixou em casa e disse que eu deveria contar à polícia que fiquei em um cativeiro e que nem vi o rosto dele. Dei o depoimento falso, mas depois de seis horas, liguei de novo para a delegacia e contei tudo.
O Aílton me tratou como se eu fosse sua amante. Não foi bruto. Eu não era virgem mas nunca tinha transado com alguém daquele jeito (risadas). Foi escandaloso.

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