São Paulo, domingo, 7 de maio de 1995 |
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Piloto precisa investir alto na carreira
LUÍS PEREZ
A análise é de José Caetano Lavorato Alves, 47, presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas. Segundo ele, nelas há uma área de atuação muito mais vasta. O mercado, diz, acompanha o desempenho de grandes empresas regulares -chamadas assim por cumprirem horários regulares-, como Varig, Vasp e Transbrasil. Para ingressar na carreira de piloto, o primeiro passo é fazer o curso de PP (piloto privado). Ele concede habilitação para conduzir aeronaves monomotoras. A parte teórica dura aproximadamente quatro meses. Depois -ou simultaneamente- é preciso completar 35 horas de vôo. Nessa etapa, o investimento chega a R$ 2.500, segundo Celeste Santini, 34, gerente da EWM Aviation Ground School. Várias cidades brasileiras têm aeroclubes que oferecem cursos. O de São Paulo, por exemplo, cobra R$ 540 pelo curso de piloto privado, que dura quatro meses. A parte prática é mais dispendiosa. Custa entre R$ 68 e R$ 81 por hora, dependendo da aeronave escolhida pelo piloto. Depois do PP, o aprendiz faz o PC (Piloto Comercial), que exige 150 horas de vôo -incluindo as 35 do curso de piloto privado. ``É a partir daí que a pessoa vai se especializar", diz Celeste. ``Após dar instrução de vôo por algum tempo, o profissional está apto a ser piloto ou co-piloto. Experiência se adquire voando. Por isso dar instrução é tão bom." Segundo ela, o táxi aéreo está em alta porque o Brasil é um país de dimensões continentais. O salário pode chegar a R$ 10 mil, seja como comandante de grandes companhias, seja à frente de um avião particular de empresa. Depois do curso de piloto comercial é que haverá a especialização, através das Ground Schools, para a área de interesse do piloto. Outra opção é passar por um curso de piloto de linha aérea. Para exercer a profissão é preciso fazer um exame teórico e prático no Ministério da Aeronáutica. Os testes incluem exames físicos. ``Problemas de visão excluem muitos jovens da profissão", confirma Pasquale Evangelista, 35, chefe de operações de vôo do Aeroclube de São Paulo. Ele calcula um investimento total da ordem de R$ 10 mil para se tornar um piloto comercial. Segundo Evangelista, cerca de 70% dos que procuram o curso em São Paulo querem entrar na profissão. Mas não é só quando entra na profissão que o piloto é testado. ``A atividade requer exames periódicos, que podem excluir o profissional a qualquer momento", diz o presidente do sindicato, José Caetano Lavorato Alves. ``De repente, em um `check-up' você perde a condição de exercer a profissão e há dificuldade em se aposentar", diz Lavorato. ``É difícil conseguir outra atividade. Como nunca você está em seu local de moradia, não existe uma preparação para outra coisa." Ele identifica ainda um achatamento de salário em relação a outros países do mundo. Diz que uma remuneração que aqui é de R$ 1.300 em outros países chega a US$ 7.000. Texto Anterior: Austrália oferece vagas em cursos de inglês Próximo Texto: Vida irregular e preço fazem jovem desistir Índice |
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