São Paulo, domingo, 7 de maio de 1995 |
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Embargo não impede circulação de armamentos na ex-Iugoslávia
DO "THE INDEPENDENT" Os ataques com foguetes a Zagreb (capital da Croácia) mostraram mais uma vez que, apesar do embargo de armas imposto a todos os países da ex-Iugoslávia, não faltam armamentos à região -às vezes muito sofisticados.Antes da dissolução da Iugoslávia em 1991, o país tinha uma indústria armamentista bem desenvolvida. Parte dela ainda funciona na Croácia, na Sérvia e na Bósnia. A maioria das armas usadas na guerra civil da Bósnia e nos combates combates na Croácia foi herdada do Exército e da Força Aérea da ex-Iugoslávia, inclusive os lançadores "Orkan, usados nos ataques contra Zagreb na semana passada. Os lançadores com 12 mísseis capazes de atingir distâncias de mais de 50 km foram desenvolvidos na década de 80 num projeto conjunto entre Iugoslávia e Iraque. Mas a indústria local é responsável pela manutenção e reparos das armas antigas. Há duas outras fontes de armamentos para as três partes envolvidas no conflito dos Bálcãs: o Oriente Médio e os países que integravam a Cortina de Ferro até o esfacelamento da União Soviética, em 1991. A ofensiva croata contra os rebeldes sérvios da Krajina foi a maior em quase quatro anos. Durante esse tempo, o Exército croata foi reorganizado e reequipado. Além do contingente de mais de 100 mil homens, o orçamento de US$ 1 bilhão para a defesa apenas no ano passado foi usado na compra de jatos MiG-21 e helicópteros Mi-24. Segundo rumores, a Força Aérea trouxe os reforços de países como a República Tcheca, a Polônia e a Alemanha (setor oriental). Além de aumentar suas próprias forças, a Croácia é o maior fornecedor de armas para forças croatas e muçulmanas aliadas contra os sérvios da Bósnia. O mais dramático exemplo disso é um incidente no aeroporto de Zagreb, em dezembro, quando um helicóptero do Exército croata aparentemente transportando armas para forças muçulmanas sitiadas em Bihac (noroeste da Bósnia) explodiu em pleno ar. Há também informações sobre sobre vôos regulares em um corredor aéreo perto da ilha de Krk, na costa do mar Adriático. Por essa via, armas são contrabandeadas para a Bósnia -com os croatas levando parte significativa do que é destinado aos muçulmanos. Texto Anterior: Após 50 anos, fantasmas da 2ª Guerra voltam à Europa Próximo Texto: Líderes rivais negociam paz para Angola Índice |
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