São Paulo, domingo, 7 de maio de 1995 |
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Comprador desconhece origem
JOSÉ CARLOS CHAVES
A professora universitária Nancy Motta Ferraz, 45, é proprietária de um Peugeot 205 XSi há oito meses. Satisfeita com o desempenho geral do carro, Nancy diz que nunca soube que o modelo uruguaio que usa diariamente no trânsito de São Paulo não é um legítimo ``fabriqué en France" (fabricado na França). ``Só sei que ele vem de Vitória (porto do Espírito Santo por onde são desembarcados no Brasil carros importados)", conta Nancy, surpresa. Mas esse desconhecimento de ascendência não impede o sucesso desses importados. Os Renault 19 que vêm da Argentina, por exemplo, são os modelos que têm maior procura, como explica o presidente da Caoa (empresa que representa a marca no país), Carlos Alberto de Oliveira Andrade. ``Todo mundo quer o modelo argentino porque ele tem mais equipamentos que a versão que vem da França (leia texto ao lado). Ás vezes fica difícil vender um Renault 19 francês porque os dois têm o mesmo preço", revela Andrade. O preço ainda é a principal razão do triunfo do carro do Mercosul sobre seus ``irmãos" franceses. É o caso do juiz Antonio Dimas Cruz Carneiro, 43. Dono de um Kadett, começou a procurar um substituto importado para seu nacional. Após visitar várias revendas de marcas estrangeiras, ficou dividido entre duas versões do Citro‰n ZX: a Volcane e a Furio, ambas de fabricação uruguaia. Acabou optando pelo carro de menor preço, o Furio (US$ 28,98 mil contra US$ 36,98 mil). ``Escolhi o carro por ser mais barato que as outras versões. Apesar do motor 1.8 (o Volcane tem motor 2.0) e de ter menos equipamentos, é o que tinha o preço mais competitivo", complementa. Contente com o seu Furio, Carneiro se mostra outro consumidor pouco habituado às sutilezas do mercado. ``Pelo que eu sei, o carro é trazido da França, mas com passagem pelo Uruguai", confessa Carneiro. (JCC) Texto Anterior: Carro argentino escapa de impostos Próximo Texto: Mercado para usados do Mercosul é fraco Índice |
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