São Paulo, segunda-feira, 8 de maio de 1995
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FHC admite excluir empresa do Sivam

DO ENVIADO ESPECIAL; DO CORRESPONDENTE EM LONDRES

Presidente diz que não pode se basear em rumores, mas afirma que cumprirá a lei se acusações forem verdadeiras
O presidente Fernando Henrique Cardoso sinalizou ontem com a exclusão da empresa brasileira Esca do projeto Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia).
A Esca é acusada de ter sonegado pagamentos à Previdência Social, o que a desqualificaria para participar do projeto, além de outras irregularidades.
O Sivam é um sistema de radares e satélites projetados para vigiar os espaços aéreo e terrestre da Amazônia.
Embora tenha dito, em entrevista coletiva, que ``o governo não pode se basear em rumores", o presidente fez questão de deixar claro que, qualquer que seja o resultado das investigações do governo, a firma norte-americana Raytheon, associada à Esca, continuará no projeto.
``Nós já temos uma decisão no que diz respeito à companhia externa e o único problema que está mais complicado é a companhia brasileira", disse FHC.
E emendou direto: ``Se as suposições que se fazem forem verdadeiras, a lei será cumprida" (ou seja, a Esca terá que ser substituída por uma outra companhia brasileira).
A garantia de que a norte-americana Raytheon fica é uma maneira de escapar de pressões norte-americanas.
Durante todo o processo de seleção das empresas que tocariam o projeto Sivam, o governo norte-americano insistiu para que a Raytheon fosse a escolhida.
Segundo o jornal ``The New York Times", a CIA (Agência Central de Inteligência) chegou a denunciar ao governo brasileiro que a principal rival da Raytheon, a francesa Thomson, subornara funcionários para conseguir o contrato.
Depois das denúncias de que a Esca deixara de pagar a Previdência, o contrato entre o governo e as duas empresas ficou congelado até que se ouçam ``as opiniões dos órgãos competentes", conforme disse ontem FHC.

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