São Paulo, segunda-feira, 8 de maio de 1995
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PMs perseguem e matam fuzileiros navais que assaltaram um taxista

JOMAR NICÁCIO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

PMs perseguem e matam fuzileiros navais que assaltaram um taxista
Os fuzileiros navais Jefferson Muller de Oliveira Silva, 23, e Fábio Shaffer da Silva, 21, foram mortos no Rio depois de roubarem um táxi. Os fuzileiros foram perseguidos e baleados por PMs.
Depois de ser atingido por uma bala, o fuzileiro que dirigia o táxi perdeu o controle do carro, que bateu em um dos pilares de sustentação do viaduto de Brás de Pina, zona norte do Rio.
Os militares haviam embarcado no táxi, o Chevette placas TM 0095 por volta das 22h de sábado na avenida Lobo Júnior, na Penha, zona norte.
Eles mandaram o motorista, o pastor evangélico Daniel Costa, 34, seguir em direção ao bairro Jardim América, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense (cerca de 20 km do centro do Rio).
Logo no início da rodovia Presidente Dutra -que dá acesso ao bairro de Jardim América-, os fuzileiros renderam o motorista e o obrigaram a descer do carro, fugindo em seguida.
Costa chegou a pé à avenida Brasil, onde pediu ajuda a policiais da Companhia Especial de Policiamento de Trânsito.
Os policiais ainda estavam ouvindo Costa quando os fuzileiros, que voltavam da Dutra, passaram pelo local e foram reconhecidos pelo pastor.
Iniciou-se então uma perseguição em alta velocidade. Os assaltantes iam em direção ao local onde haviam embarcado no táxi.
Houve troca de tiros. O fuzileiro que dirigia o carro foi atingido na cabeça e o carro acabou batendo no pilar do viaduto. O outro fuzileiro também ficou ferido. Os dois morreram no hospital Getúlio Vargas, na Penha.
Detetive morto
O detetive de polícia civil Marcos Anne Coury foi morto a tiros pelo policial militar Cláudio Santos Gomes da Silva, na madrugada de ontem, no Rio.
O detetive estava acompanhado de sua mulher e saía da Ilha dos Pescadores (casa noturna na Barra da Tijuca, zona sul) quando iniciou uma discussão com o PM.
Segundo testemunhas, o PM teria se insinuado para a mulher de Coury, que foi tirar satisfações.
Silva contou com a ajuda de seu primo, André Cabral, que imobilizou o detetive com um golpe no pescoço. O PM, então, disparou três tiros, acertando dois no policial e um ainda atingiu a mão de Cabral, que segurava Coury.
O detetive foi socorrido por frequentadores da casa e levado ao hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, onde morreu pouco depois, por volta das 5h.

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