São Paulo, segunda-feira, 8 de maio de 1995 |
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Hoje é dia de autocrítica
MARCELO CHERTO; MARCUS RIZZO MARCELO CHERTO e MARCUS RIZZOComenta-se, ``a bocas de Matilde", que a Comissão de Ética da Associação Brasileira de Franchising vai passar por modificações, na forma e nos objetivos. Parece que a ABF está, aos poucos, voltando a seu trilho original. Tendo em vista que, no geral, a Comissão de Ética tem feito um bom trabalho, as mudanças somente serão bem recebidas se for para melhorar ainda mais o seu desempenho. Hoje, mais do que nunca, a ABF tem um importante papel a cumprir na auto-regulamentação do mercado. E não pode ficar à mercê de vaidades pessoais. Nos últimos anos, a entidade desperdiçou muita energia em disputas internas e no combate a ``inimigos externos comuns" (atitude típica de quem quer desviar a atenção dos chefiados de suas próprias mazelas). Sabemos do que estamos falando. Como fundadores e ideólogos da entidade nos seus primórdios, já fizemos parte da ``panelinha". E depois, quando já não servíamos a certos interesses, fomos eleitos ``inimigos". E tome polca! Diga-se, a bem da verdade que, por temperamento, nos prestamos ao papel. Adotamos a política do ``bateu, levou". Para cada bordoada, devolvíamos cinco. Até que, chegando aos 40, época em que todo homem acaba fazendo um balanço da vida, percebemos que estávamos chutando cachorro morto e perdendo tempo. Hoje está claro, para nós e para os integrantes da ABF, que nada temos contra a entidade. Nem poderíamos, pois a ABF é nossa filha. Se atritos tivemos, foi com uma ou duas pessoas, que não são a entidade, nem representam o pensamento da maioria de seus membros. Nossa maior falha foi não compreender bem o nosso papel, o de ``jardineiros". Sem falsa modéstia, mas sem arrogância ou prepotência, nós plantamos a semente do franchising no Brasil. Não fôssemos nós e teria sido outro. Mas, por sorte ou por afinco, aconteceu de sermos nós. Cabe a nós cuidar para que a planta cresça forte e sadia. Livre de ervas daninhas. Porém, como já disse alguém, o pior erro que um jardineiro pode cometer é achar que manda no jardim. Esse erro nós já cometemos, no passado. Hoje, não mais. MARCELO CHERTO é diretor da Cherto & Rizzo Franchising. MARCUS RIZZO é presidente do Instituto Franchising. Os dois são professores da FGV e da Franchising University. Texto Anterior: Cigarro tem a pior imagem Próximo Texto: Preços se nivelam em supermercados Índice |
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