São Paulo, segunda-feira, 8 de maio de 1995
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Preços se nivelam em supermercados

SYDNEY MANZIONE
ESPECIAL PARA A FOLHA

Preços se nivelam em supermercados
A guerra de preços sempre foi uma constante entre os supermercados. As grandes redes, que vendiam mais barato logo se transformavam em conhecidas de todas. A publicidade era sustentada por apelos de baixo preço.
A desaceleração da inflação trouxe à tona uma novidade: a tendência de equiparação de preços.
Com a estabilização, o consumidor começou a se preocupar mais com outros atributos. Cresceu a influência do fator qualidade, assim como a comparação. Diferenças entre marcas ganharam visibilidade.
A nova face da economia junto com a "nova" maneira de o consumidor ir às compras levou as redes de supermercados a redirecionar estratégias mercadológicas -a começar pelo preço.
Em março de 1994, antes do Real, portanto, havia grandes discrepâncias entre os preços cobrados pelos supermercados. Tomemos como exemplo um grupo de cinco organizações (Pão de Açúcar, Paes Mendonça, Barateiro, Eldorado e Sé). É possível estabelecer uma média de preços a partir da cotação de 2.000 diferentes tipos de produtos.
Batizemos de 100% esse preço médio com o objetivo de tornar visíveis as diferenças. A organização que praticava o menor preço chegava a oferecê-lo 12% inferior ao parâmetro médio. Já o preço mais caro atingia 14% acima da média. A diferença alcançava 26%.
Um ano depois, o levantamento indica uma diferença de preços bem menor: a mais barata 4% abaixo da média e a mais cara, 8% acima.
Acabou a guerra de preços? O chave parece ser outra: o consumidor. Ele passou a ser mais exigente.
Foi nessa direção que os supermercados passaram a apontar suas estratégias. Alguns, privilegiando o bom serviços; outros, o atendimento eficaz. Houve quem mudasse a composição de produtos oferecidos.
O aumento do consumo permitiu que a taxa de respeito ao consumidor fosse incrementada. Resta ver o que acontecerá se o consumo for desacelerado, como dita a cartilha da economia da moda...

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