São Paulo, segunda-feira, 8 de maio de 1995 |
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Skid Row retorna politicamente correto
MARCEL PLASSE
Produzido por Bob Rock -que assinou, entre outros, o multiplatinado álbum negro ``Metallica"-, o álbum foi até elogiado pela revista ``Rolling Stone". É tudo muito estranho para uma banda que costumava ser associado com o que existia de pior no rock dos anos 80 -excesso de imagem, arrogância e pretensão, no lugar de música de verdade. A Folha falou com o guitarrista do Skid Row, Snake, 30, por telefone. De sua casa, em New Jersey, ele adiantou que a banda pretende excursionar com o novo disco no Brasil, país em que já tocou duas vezes -em janeiro e agosto de 92. Snake deu mostras do novo discurso da banda. Agora, Aids já não é mais causada só por homossexuais e ``groupies" (fãs que querem sexo com as bandas) são perigosas. A crise dos 30 anos fez muito bem para os ex-adolescentes com cabelo no lugar do cérebro. Folha - Skid Row deve ter gostado muito de tocar no Brasil, porque destacou o país no seu vídeo. Qual o momento mais bizarro das turnês brasileiras? Snake - Aconteceu comigo, logo após o show no Rio (Hollywood Rock, janeiro de 92). O calor era tão grande que, quando cheguei nos camarins, caí duro. Tiveram que me dar oxigênio para eu recuperar a consciência. Folha - ``Beat Yourself Blind" é a primeira música politizada do Skid Row. O que fez a banda tomar esta direção? Snake - Rachel (Bolan, o baixista) tem muita afeição pelos nativos americanos e despreza o que os EUA fizeram com eles. Rachel achava importante expressar isso na música. Ele fez a letra. Folha - Hard rock e metal são uma espécie de ``clube do Bolinha". Como o público do Skid Row é o oposto, gera algum incômodo ser conhecido como uma banda ao gosto feminino? Snake - Não importa (gagueja). Nossos shows não têm apenas mulheres na platéia. Mas eu amo todas as nossas fãs. É um grande cumprimento o fato de alguém gastar dinheiro para comprar o meu disco e ir nos meus shows. Folha - Como você lida com as ``groupies"? Snake - As coisas mudaram (ri). Vivemos numa era de doenças e pragas. As pessoas têm que se educar para tomar cuidado. Além disso, não queremos ser confundidos com uma banda promíscua. Folha - Vocês gravaram uma música dos Ramones e Sebastian até cantou num disco do grupo. Foi uma tentativa para se afirmar com o público masculino? Snake - Nada disso. Ramones é uma das nossas influências. Folha - O domínio do mercado por grupos de Seattle, nos últimos anos, afetou Skid Row? Snake - O que aconteceu foi que a MTV começou a tocar demais essas bandas como sendo ``a música da nossa geração". Tudo bem, acho normal a música evoluir, mas é engraçado como, de repente, o que é legal para a MTV muda da noite para o dia. Um dia é Bon Jovi e Skid Row, no outro é Faith No More e depois vira Nirvana. Folha - O que esta experiência ensinou para você? Snake - Que só se pode contar com os caras da banda. Além das outras quatro pessoas no palco, tudo é muito legal, muito ``cool". Mas, se algo der errado, só os caras da banda se dão mal. Disco: Subhuman Race Banda: Skid Row Gravadora: Warner Preço: R$ 20,00 (o CD, em média) Texto Anterior: Daryl é a mulher imaginária Próximo Texto: Quinto álbum do Faith No More evidencia fase de tédio criativo Índice |
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