São Paulo, segunda-feira, 8 de maio de 1995 |
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Daryl é a mulher imaginária
INÁCIO ARAUJO
A saber: por que esta atriz se dá tão melhor quando não faz papéis de seres humanos? Antes de ser sereia, ela já foi uma andróide em ``Blade Runner, o Caçador de Andróides" (1982, Ridley Scott): era uma perfeita andróide. Depois, esteve em ``Perigosamente Juntos" (1986, Ivan Reitman), ou ``Roxanne" (1987, Fred Schepisi). Mas seus ossos e sua musculatura parecem não se encaixar em seres trivialmente humanos, tanto quanto seu rosto anguloso. Admitimos sua beleza com facilidade, mas ela só se torna quando nos escapa, remete a algum mundo fantástico. Como o das sereias, no caso. Sua aparição nesta comédia da Disney é quase tão memorável quanto a de Ursula Andress em ``O Satânico Dr. No", o primeiro 007. E ninguém se espantará que Tom Hanks perca a cabeça por ela, mesmo que depois nem ele, nem o roteirista, nem o diretor saibam muito bem o que fazer com a sereia em questão. Mais recentemente, Hannah fez um abacaxi tamanho-família, chamado ``15 Metros de Mulher". O filme não vale nada, mas por algum motivo misterioso o espectador aceita perfeitamente a idéia de uma mulher descabida, enorme, desde que seja ela. É a mais esquisita beleza feminina do cinema atual. O filme pode não ser uma maravilha (não é), mas tem Daryl Hannah em seu papel-emblema. Só por isso já merece ser visto. Texto Anterior: Censura de novelas sugere onda moralista Próximo Texto: Skid Row retorna politicamente correto Índice |
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