São Paulo, terça-feira, 9 de maio de 1995
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Szajman faz críticas a projeto Fiesp-CUT

GUSTAVO PATÚ
EM SÃO PAULO

A participação da CUT (Central Única dos Trabalhadores) no projeto de reforma tributária apresentado em conjunto com a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) mereceu críticas da Fcesp (Federação do Comércio do Estado de São Paulo).
O presidente da Fcesp, Abram Szajman, disse ontem que o projeto, revelado pela Folha no último domingo, é uma modificação de um outro, preparado pelas lideranças empresariais ``há dois ou três anos". O documento deverá ser apresentado ao presidente Fernando Henrique Cardoso este mês.
``Parece que foram feitas mudanças para acomodar as posições da CUT", criticou Szajman. A concordância entre Fiesp e CUT em propostas para a política econômica, atacada pelo empresário, é inédita.
O projeto anterior a que Szajman se referiu foi coordenado pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da USP) e envolveu os setores industrial, comercial e financeiro de São Paulo.
Szajman disse que até o momento fez apenas uma leitura preliminar do novo documento, assinado pela CUT, pela Fiesp e também pela Força Sindical, a que teve acesso ontem.
Mas afirmou já ter encontrado pontos contrários ao pensamento dos comerciantes. É o caso da cobrança de impostos sobre o consumo e sobre heranças.
Para o presidente da Fcesp -que reúne 137 sindicatos de comerciantes do Estado-, a cobrança de tais impostos é descabida, porque atinge valores já tributados em um momento anterior.
Por exemplo: uma herança é composta por dinheiro obtido pelo trabalho, pela produção ou pela venda de bens. Todas essas operações são tributadas.
``Não se pode cobrar impostos sobre estoques, mas sim sobre fluxos de renda", argumentou Szajman, que anunciou ontem a paralisação de uma hora de parte do comércio da cidade de São Paulo, quinta-feira, em favor das reformas constitucionais.
O empresário afirma que os comerciantes têm propostas próprias para a reforma tributária ``Parece que essa proposta (a da Fiesp e da CUT) serve para a indústria. Nós não fomos consultados", disse.

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