São Paulo, terça-feira, 9 de maio de 1995
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Conta de PC em Miami deve ser investigada

HUMBERTO SACCOMANDI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério Público Federal (MP) estuda esta semana o pedido de quebra do sigilo bancário da conta de Paulo César Farias, o PC, no Citibank de Miami.
A Folha revelou ontem que o ex-tesoureiro do presidente Fernando Collor, hoje preso em Maceió, mantinha aplicações de pelo menos US$ 7 milhões naquele banco já em 1990.
A cifra consta de documento interno do Citibank, referente ao empréstimo que PC obteve para a compra da Vasp. O Citibank o considerava então um ``grande investidor".
Essas aplicações nunca foram declaradas no Brasil, nem por PC como pessoa física nem em nome de suas empresas.
``Se está comprovado que ele tinha uma conta não-declarada no exterior, isso constitui evasão de divisas. Cabe agora ao Ministério Público examinar isso à luz desse fato novo", afirmou ontem o delegado Paulo Lacerda, da Polícia Federal, que cuidou das investigações referentes ao esquema PC.
Para conseguir a quebra de sigilo bancário em outro país é preciso que haja evidências de que o crime tenha sido cometido e que a infração seja punida no Código Penal desse país, no caso, os Estados Unidos.
O Justiça brasileira já solicitou a quebra de sigilo bancário de duas outras contas relativas a PC nos EUA, uma em nome da Dupont Investment Limited e outra em nome do próprio PC.
O deputado Luiz Gushiken (PT-SP) deve encaminhar hoje ao procurador-geral da República, Aristides Junqueira, uma representação baseada na reportagem publicada ontem pela Folha.
No texto, Gushiken solicita que o Ministério Público investigue essa conta de PC em Miami.

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