São Paulo, terça-feira, 9 de maio de 1995
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Greves de metrô e trens atingem 3,5 milhões

CLAUDIO AUGUSTO
DA REPORTAGEM LOCAL

O metrô e os trens de São Paulo devem parar hoje. Cerca de 3,5 milhões de passageiros serão prejudicados pela greve.
A Secretaria Municipal dos Transportes preparou um esquema de emergência para tentar reduzir os efeitos das paralisações.
Os 1.675 ônibus que fazem ponto final nas estações do metrô irão até o centro da cidade. A medida não vale para os ônibus que param na estação Barra Funda.
Não será necessário utilizar cartão para estacionar na Zona Azul. A lotação de passageiros também foi liberada para táxis e veículos particulares.
O trânsito deve ficar ruim em toda a cidade, principalmente na zona leste. A região tem apenas duas vias de acesso ao centro: a Radial Leste e a marginal Tietê, que devem ficar lotadas pelos usuários da linha leste-oeste do metrô.
A greve dos metroviários é por tempo indeterminado, enquanto a dos ferroviários vai durar 24 horas (leia texto na página 2).
A paralisação do metrô foi decidida em assembléia que reuniu ontem 4.000 metroviários -segundo cálculos da direção do sindicato. A votação foi unânime.
A categoria, que tem 9.000 trabalhadores, reivindica 70,43% de reajuste, 15% de aumento real e correção mensal dos salários.
A direção do Metrô oferece 29,55% de reajuste, o equivalente ao IPC-r (índice que mede a inflação) acumulado entre julho de 94 e abril de 95.
O presidente do Metrô, Paulo Goldschmidt, quer que os trabalhadores coloquem os trens em funcionamento nos horários de pico da manhã (entre 7h e 9h) e da tarde (entre 17h e 20h)
Nestes horários de movimento mais intenso, é transportada a maioria dos cerca de 2,5 milhões de passageiros que utilizam o metrô diariamente.
Mas a assembléia dos metroviários rejeitou a proposta. De acordo com o presidente do sindicato, Wagner Gomes, o funcionamento nos horários de pico descaracterizaria a greve.
Ontem, não houve acordo entre os sindicalistas e a direção do Metrô na audiência de conciliação do TRT (Tribunal Regional do Trabalho).
O presidente do TRT, Rubens Aidar, propôs 29,55% de reajuste, mais 7% de aumento real e estabilidade de um ano para toda a categoria. A direção da empresa não concordou.
Gomes classificou a posição da empresa como intransigente. Ele disse que a proposta do TRT está muito longe do que querem os metroviários. ``Mas o Metrô mostrou que não está disposto a negociar", afirmou o sindicalista.

Colaborou o NP.

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Sobre as greves à pág. 2

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