São Paulo, terça-feira, 9 de maio de 1995
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Saiba como transportar crianças em segurança

ROSANGELA DE MOURA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Erramos: 09/05/95
Legenda na última página do caderno Autofolha de hoje informa erroneamente que a Lenox vende cadeirinhas para crianças da Bandeirantes. Ambas são fabricantes desse tipo de assessório, com linhas próprias de produtos.
Saiba como transportar crianças em segurança
Mais frágeis que os adultos, as crianças devem ser levadas no carro em assentos adequados, de preferência colocados no centro do banco traseiro.
Cadeirinhas e assentos devem ser apropriados ao tamanho e ao peso da criança. Assim, o risco de ferimentos em caso de acidente diminui sensivelmente.
Há no mercado vários tipos de poltronas e cadeirinhas para crianças, mas só os modelos importados têm garantia de resistência.
Uma comissão da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) -formada por fabricantes, montadoras, consumidores e associações de segurança no trânsito- está elaborando um padrão para testar os diversos modelos de cadeirinhas e especificar a faixa etária a que se destinam.
Segundo Luiz Carlos Grilli, 39, secretário executivo da comissão e supervisor de engenharia da Babylove (fabricante das cadeirinhas da marca Hércules), esse padrão está sendo baseado em normas internacionais, como a ECE-44, criada por países europeus.
A comissão surgiu devido à necessidade de normatizar os inúmeros produtos existentes no mercado, afirma Grilli.
Ele diz que existe a intenção de criar um selo de conformidade, atestando o cumprimento da norma. Esse selo começará a ser aplicado em cerca de dois anos.
Grilli diz que o primeiro passo dado pela comissão foi criar um boneco, para testes estáticos, que determinará os parâmetros de resistência dos produtos testados.
O segundo passo, segundo Grilli, é construir um dispositivo de teste, que simule a aceleração e desaceleração do veículo. Assim, será possível saber como o acessório vai suportar o impacto.
Os acidentes com veículos são a causa do maior número de ferimentos e mortes em crianças, em seus primeiros anos de vida.
Dados estatísticos levantados pelo Centro Brasileiro para a Infância e a Adolescência, sobre mortes violentas com crianças e adolescentes no Brasil, revela que o trânsito é o maior causador de mortes, com um índice de 31,2%, seguido por homicídio, com 17%, e afogamento, com 10%.
Segundo Alberto Francisco Sabbag, secretário-geral da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), o bebê pode ser levado em cadeirinha -do tipo banheirinha, que o mantém em posição semi-ereta -desde a saída da maternidade.
Para as crianças com mais de nove quilos, e que já conseguem sentar, os pais podem optar pelo assento do tipo escudo (uma proteção contra impactos que chega até a altura do estômago da criança e daí se inclina, afastando-se de seu peito) ou do tipo arreio (prende a criança no assento através de um cinto de cinco partes), segundo Sabbag.
Para os maiores de três anos ele indica os assentos elevatórios.
Todos os tipos de assentos devem permanecer fixos no banco, presos pelos cintos de segurança do carro.
O cinto que acompanha o acessório deve ter a aparência de um ``X". Ou então ser como um suspensório, passando pelos ombros da criança, diz Sabbag.
O colo de um adulto, mesmo que usando o cinto, é o lugar menos indicado para as crianças. No caso de acidente frontal ou de uma freada brusca, não há como segurar a criança. Em alguns casos, ela pode ser esmagada pelo adulto.
Em uma batida frontal a 40 km/h, uma criança de 20 kg terá seu peso quadruplicado, explica Sabagg.

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