São Paulo, quarta-feira, 10 de maio de 1995
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Grevistas distribuem galinhas em Brasília

SHIRLEY EMERICK
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os funcionários da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) distribuíram ontem 2.000 galinhas e galos na Esplanada dos Ministérios.
Em menos de uma hora, o estoque foi dividido entre as dezenas de pessoas que disputavam um lugar na fila.
As aves foram compradas pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Instituições de Pesquisa Agropecuária e Florestal e custaram R$ 2.900.
As galinhas foram distribuídas como forma de protesto contra o descaso do governo para com a ciência e tecnologia.
Os grevistas paralisaram suas atividades na quinta-feira passada, reivindicando a assinatura do acordo salarial discutido com a empresa e barrado pelo CCE (Comitê de Controle das Estatais).
A empresa aceitou reajustar os salários de 40% a 89%, mas o CCE rejeitou o acordo por causa das medidas de austeridade anunciadas pelo governo.
No final da tarde de ontem, a diretoria do sindicato decidiu suspender a mobilização até o dia 19 para tentar nova negociação.
Os rodoviários do Distrito Federal suspenderam a paralisação ontem no início da tarde. A greve durou 38 horas. Na assembléia da categoria realizada pela manhã, motoristas e cobradores aceitaram o reajuste de 42,3% oferecido pelas empresas.
Os funcionários da UnB (Universidade de Brasília) estão em greve há nove dias. Eles reivindicam reajustes de 180% e a adoção de política salarial. A paralisação é de 85% dos 2,3 mil funcionários.
Eles protocolaram uma pauta de negociação no Ministério da Educação, mas ainda não foram convocados para discuti-la.
Os telefônicos do DF decidem hoje, em assembléia geral, a adesão à greve da categoria que já acontece em Sergipe, Mato Grosso do Sul e Paraná.
São 11 mil funcionários do sistema Telebrás que reivindicam o cumprimento do acordo assinado no governo Itamar Franco (auxílio alimentação, cesta básica e produtividade).
Os funcionários da Empresa de Correios e Telégrafos fazem amanhã uma paralisação de 24 horas para forçar a aprovação do projeto de lei do Senado que concede adicional de 30% para os carteiros.

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