São Paulo, quarta-feira, 10 de maio de 1995 |
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Petroleiros decidem radicalizar movimento
LUIZ ANTONIO CINTRA
Os petroleiros realizam assembléias desde ontem à tarde para decidir se continuam parados. A decisão final da categoria sai hoje. Entre os derivados do petróleo, estão o GLP (gás de cozinha), gasolina e diesel. Até ontem, segundo Afonso de Menezes, diretor da FUP, estava sendo mantida a produção de 30% destes derivados. Um dos argumentos do TST para declarar a abusividade da greve foi o de que esta produção mínima de derivados não estava sendo cumprida pelos petroleiros. Menezes afirma que existem estoques de derivados de petróleo, que a Petrobrás estaria escondendo. ``A Petrobrás está mentindo, querendo jogar a população contra o movimento dos petroleiros, por isso diz que não há estoques", afirma. A estratégia da FUP, de acordo com o sindicalista, será a de negociar com a diretoria da Petrobrás o controle dos estoques dos derivados, que seria feito pelos próprios petroleiros. ``Caso a Petrobrás não permita que isso ocorra, então ela precisará assumir a responsabilidade perante a sociedade", diz. Menezes afirma ainda que a decisão do TST foi política. Segundo o sindicalista, os petroleiros das refinarias Presidente Bernardes, em Cubatão (SP), e Landulpho Alves (BA) decidiram ontem continuar em greve. Ao ser informado pela Folha sobre as declarações de Menezes, o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vicente Paulo da Silva, o Vincentinho, disse que ``qualquer decisão da federação terá nosso integral apoio". Disse ainda que a decisão do TST foi ``provocadora e causará mais conflitos". Eletricitários A diretoria da Federação Nacional dos Urbanitários -que inclui a categoria dos eletricitários- decidiu defender nas assembléias da categoria a volta ao trabalho. A decisão foi tomada depois que a paralisação dos petroleiros foi considerada abusiva. A decisão final da categoria deve ser anunciada ainda hoje. O TST marcou para a próxima sexta-feira o julgamento sobre a greve dos eletricitários. ``O julgamento do TST foi político (no caso dos petroleiros) e nossa greve também vai ser considerada abusiva, por isso é melhor suspender o movimento", diz Delman Ferreira, diretor da federação. A estratégia dos eletricitários, diz, será a de buscar apoio junto à parlamentares para que as reivindicações da categoria sejam aceitas. Entre os parlamentares que devem ser procurados, está o deputado Luís Eduardo Magalhães (PFL/BA), presidente da Câmara. Texto Anterior: Grevistas distribuem galinhas em Brasília Próximo Texto: Empresa espera volta ao trabalho Índice |
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