São Paulo, quarta-feira, 10 de maio de 1995
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Governo quer obter US$ 1,2 bi até agosto

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo quer arrecadar mais de R$ 1,2 bilhão com a privatização de nove empresas. Com a venda da Escelsa (Centrais Elétricas do Espírito Santo), o governo pretende arrecadar R$ 418 milhões.
O restante virá com a venda da participação minoritária do governo em oito empresas do setor petroquímico.
A avaliação foi feita ontem, durante reunião do Conselho Nacional de Desestatização, no Palácio do Planalto, que reviu o patrimônio das empresas e definiu os valores de venda.
O conselho anunciou ainda que o leilão da Escelsa deve ocorrer em julho, em data a ser definida brevemente, por edital.
O ministro José Serra (Planejamento) -que integra o conselho- disse que o preço de venda da Escelsa leva em conta apenas os 72% de ações do governo. A empresa é avaliada em R$ 578,2 milhões.
Serra disse que o governo vai reter 14% das ações da Escelsa na hora de seu leilão. Na prática, significa que apenas 58% do patrimônio da empresa vão ser repassados à iniciativa privada.
Segundo o ministro, esta é uma estratégia para conseguir arrecadar mais dinheiro com o leilão da empresa. Explica-se: o governo retém as ações no leilão e as vende depois, quando o restante estiver privatizado -e portanto, mais valorizado.
``Uma das finalidades da privatização, por incrível que pareça, é arrecadar dinheiro", brincou o ministro.
Petroquímicas
O conselho decidiu ainda que vai vender as ações que o governo tem, em caráter minoritário, em oito empresas petroquímicas.
Estas empresas vão ser leiloadas, segundo Serra, entre o final de julho e o começo de agosto deste ano.
Em todas as oito empresas, o governo possui menos de 40% das ações. Na que possui o maior patrimônio, a Copene (Companhia Petroquímica do Nordeste) -avaliada em R$ 1,7 bilhão-, a participação do governo é de 36,1%.
Assim como fará com a Escelsa, o governo vai reter 15% das ações na hora do leilão, para conseguir arrecadar mais no futuro.
A menos valorizada é a CQR (Companhia Química do Recôncavo), com R$ 31,9 mil de patrimônio -o equivalente a um automóvel Fiat Tempra. Segundo o conselho, isto deve-se a dívidas contraídas por causa de processos ambientais.
Serra anunciou ainda que o conselho recebeu o estudo sobre as privatizações da Eletropaulo e da Light, empresas de energia elétrica de São Paulo. Estes estudos recomendam a separação das empresas, já que a Light possui 47,8% das ações da Eletropaulo.
``É para fazer uma coisa mais rápida, senão haverá retardamento no processo", disse Serra.

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