São Paulo, quarta-feira, 10 de maio de 1995
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Bancada ruralista quer obstruir votações para exigir política agrícola

CARI RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A bancada ruralista (parlamentares ligados ao setor agropecuário) vai obstruir as votações da Câmara e do Senado se, até a próxima terça-feira, o governo não concluir as negociações para elaborar uma política agrícola.
Os ruralistas estão irritados com a demora do presidente Fernando Henrique Cardoso em promulgar a derrubada do veto ao artigo da lei 8.880 que substituiu a TR (Taxa Referencial de juros) pelos preços mínimos, como indexador dos contratos agrícolas.
Preços mínimos são os valores garantidos pelo governo quando o agricultor não consegue uma remuneração maior no mercado pela sua produção.
Os preços mínimos estão congelados desde o lançamento do Plano Real, enquanto que a TR acumulada no período é cerca de 30%.
Um dos coordenadores da bancada ruralista, deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), disse ontem que a mobilização para paralisar as atividades no Congresso pode ter o apoio de mais de 140 parlamentares de todos os partidos.
Segundo ele, os ruralistas poderão obstruir os projetos de interesse do governo e os que se referem às mudanças na Constituição.
A bancada ruralista quer o fim da TR para os financiamentos, criação de um fundo especial para a agricultura e juros prefixados não superiores a 12% ao ano.
Ontem, os ruralistas pressionaram o presidente do Congresso, senador José Sarney (PMDB-AP) para que ele promulgue o fim da TR como indexador do crédito.
O relator Bernardo Cabral (PP-AM) tem um parecer contrário aos ruralistas e considerou os quatro votos nulos em seu parecer, conforme adiantou a Folha. Com isso, a votação que extinguiu a TR como indexador do crédito agrícola poderia ser anulada.

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