São Paulo, quarta-feira, 10 de maio de 1995 |
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Argentina autoriza extradição de Bandeira
SÔNIA MOSSRI
Bandeira deve chegar amanhã a Brasília. Três agentes da Polícia Federal viajam hoje pela manhã a Buenos Aires para escoltá-lo de volta ao Brasil. A PF não divulgou os nomes dos agentes designados para escoltar o piloto de PC. Eles embarcam no vôo das 7h30 da Transbrasil em Brasília, segundo informou a assessoria de imprensa da PF. O advogado de Bandeira na Argentina, Luis Felipe Ricca, antecipou a linha de defesa que será adotada no Brasil para tentar evitar que o piloto seja julgado por outros crimes. A argumentação de Ricca é que Bandeira somente poderá ser interrogado ou processado no Brasil com relação à sonegação de impostos, evasão de divisas e falsidade ideológica. Estes processos já estão abertos ou Bandeira já foi condenado à revelia. Ricca afirma que os termos do tratado entre Brasil e Argentina não permitiriam sua extradição para responder outros processos. ``Bandeira não pode ser interrogado por nenhuma outra causa. Caso contrário, haveria uma crise de Estado entre os dois países", observou Ricca. O juiz Roberto Marquevitch, que autorizou a extradição, discorda. Segundo ele, os interrogatórios ou eventuais novos processos que Bandeira venha a sofrer são responsabilidade da Justiça brasileira. Ricca classificou a extradição de seu cliente de ``ridícula". Ele disse que seria fácil impedí-la, pois o piloto não foi condenado a pena superior a dois anos. O piloto foi preso no dia 30 de abril, em Buenos Aires. Ele fugiu do Brasil no mesmo avião de PC e vivia na cidade há um ano e meio. Ontem, em Brasília, o ministro Néri da Silveira, do Supremo Tribunal Federal, decretou a prisão preventiva do piloto a pedido do procurador-geral da República, Aristides Junqueira. Bandeira foi denunciado pelo Ministério Público junto com Zélia Cardoso de Mello (ministra da Economia do governo Collor) e PC Farias. Ele é acusado de ter cometido crime de corrupção ativa. O piloto é acusado de pagar despesas pessoais da ex-ministra, por ordem de PC. Zélia, em troca, concedeu reajustes das tarifas de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros, através de portaria interministerial, na época em que os preços estavam congelados. Por causa disso, o esquema PC obteve vantagens econômicas indevidas da Rodonal (Associação Nacional das Empresas de Transportes Rodoviários Interestaduais e Internacionais de Passageiros). Colaborou a Sucursal de Brasília Texto Anterior: Tucanos criticam Dorothéa; PPR e PMDB querem ficar com o cargo Próximo Texto: Piloto elogia mulher argentina Índice |
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