São Paulo, quarta-feira, 10 de maio de 1995
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Governo só vota petróleo com vitória certa

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A votação da quebra do monopólio da Petrobrás poderá ser adiada até que o governo garanta os 308 votos necessários à aprovação da emenda no plenário da Câmara. Há resistências no PSDB e no PMDB.
Antes de marcarem a data de votação da mais polêmica emenda do primeiro pacote da reforma constitucional enviado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso ao Congresso, os líderes dos partidos aliados ao governo farão um ``mapeamento" da tendência de voto de cada deputado.
Os líderes terão 48 horas para concluir a consulta à base parlamentar do governo. Dependendo do tamanho da resistência, a votação poderá ser adiada em três semanas. O presidente da comissão especial que analisou a emenda do petróleo, deputado Alberto Goldman (PMDB-SP), sugeriu ontem que a votação no plenário só ocorra em junho.
Defensor da quebra do monopólio, Goldman quer tempo para diminuir as resistências no seu partido, que detém a maior bancada da Câmara. Segundo o líder do partido, deputado Michel Temer (SP), 22 dos 107 deputados do PMDB votam contra a quebra do monopólio.
``Espero que a resistência fique nos 10% da bancada", disse o líder do governo na Câmara, deputado Luiz Carlos Santos (PMDB-SP), depois de participar de uma reunião no Palácio do Planalto para discutir a estratégia do governo.
Numa prévia do ``mapeamento" da base governista, o líder do PSDB, deputado José Aníbal (SP), afirmou ontem que o partido de FHC não poderá garantir todos os votos dos 72 deputados tucanos em favor da quebra do monopólio. ``Unanimidade não vamos conseguir", disse.
José Aníbal descartou ontem a negociação de uma emenda alternativa à quebra do monopólio da Petrobrás apresentada pelo deputado Domingos Leonelli (PSDB-BA). ``Não tem mais o que negociar: vamos votar", disse.

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