São Paulo, quarta-feira, 10 de maio de 1995
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UM VOTO DE INFIDELIDADE

MARCELO REZENDE
DA REDAÇÃO

E é quase isso a que se obriga um crítico, à infidelidade, quando se pede que reduza centenas de filmes a uma dezena, em relação a determinada preferência. Obras que, enfim, são as mais amadas no instante em que se formula uma resposta.
Para alguns, como o brasileiro Moniz Viana, uma traição simples. Uma escolha que serve, antes, para demonstrar sua opinião sobre o que significa o cinema hoje. Mas para outros se transforma em uma experiência apavorante, incapaz de ser realizada.
Um exemplo é a crítica americana Rita Camply, do jornal ``The Washington Post", que não figura nesse caderno. Depois de sete tentativas, finalmente confessou que ``não conseguia se decidir".
Mas, depois de uma decisão tomada, o que talvez mais interesse ao cinéfilo seja, não os escolhidos, mas sim quais são os grandes filmes ausentes.
Dessa vez, portanto, a ausência de John Ford. E a confirmação da omissão de Charles Chaplin. Entretanto, o não comparecimento não significa um esquecimento.
Ford, assim como Chaplin, teve mais de um filme votado, e os dois foram dos poucos diretores que podem ser considerados como constantes, em quase todos os 27 países que foram consultados para o caderno ``Os 10 Melhores Filmes".
Estes dois cineastas servem apenas como exemplo, para aqueles leitores que de alguma forma se frustraram pela não inclusão de determinado filme.
No último dia 23 de abril, o jornal dominical inglês ``Sunday Times" pediu o voto de seus leitores, fazendo uma comparação com a mesma lista da ``Sight and Sound". No lugar de ``Cidadão Kane", ``Casablanca" como o grande campeão. Assim como as paixões, a atração por determinado filme também se altera com as estações.

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