São Paulo, quarta-feira, 10 de maio de 1995
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VIAGEM A TÓQUIO

O premiado diretor japonês Ozu se revela ao Ocidente

DA REDAÇÃO

A câmera baixa, ``à altura do tatame", quase sempre imóvel, os atores que olham direto para a lente são características tão pessoais que é difícil não reconhecer um filme de Yasujiro Ozu logo nas primeiras cenas.
No entanto, foi difícil ao Ocidente descobrir este cineasta. Embora tenha ganho o prêmio Kinema Jumpo Best, Ozu só começou a aparecer mundialmente nos anos 50.
Nos anos 70, sua fama se consolida, alavancada por ``Viagem a Tóquio", em que Ozu conta a história de um casal (Chishu Ryu e Chieko Higashiyama) que mora no sul do Japão e viaja a Tóquio para encontrar seus dois filhos.
Atribulados por seus próprios problemas, os filhos quase não dão atenção aos velhos. Apenas Noriko (Setsuko Hara), viúva de outro filho, mostra consideração. Depois que os pais voltam à sua cidade, os filhos ficam sabendo que a mãe está para morrer.
Neste filme, Ozu observa o o comportamento humano com uma ``câmera sem complacência", como definiu o cineasta Paul Schrader, que capta uma enorme gama de sentimentos, sem nunca julgar os personagens, ao mesmo tempo nobres e risíveis.
Ozu resumiu em poucas palavras esta que é considerada sua maior obra-prima: ``Através da evolução dos pais e dos filhos, descrevi como o sistema familiar japonês começou a se desintegrar."

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