São Paulo, quarta-feira, 10 de maio de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Juiz orienta passageiros a processar sindicato e Metrô

DA REPORTAGEM LOCAL

O juiz Rubens Aidar, presidente do TRT (Tribunal Regional do Trabalho), disse ontem que qualquer cidadão que se sentir prejudicado pela greve dos metroviários pode entrar na Justiça contra o sindicato e contra o Metrô, pedindo indenização.
``O exercício do direito deve ser sempre recomendado à população", afirmou Aidar. De acordo com ele, a Constituição estabelece que o direito de greve não pode pôr em risco a sobrevivência do cidadão. ``Para o trabalhador, o meio de sobrevivência é o trabalho."
No limite, o próprio governo estadual poderia ser acionado judicialmente. ``O poder público deve garantir o funcionamento de um serviço essencial quando patrões e empregados não chegam a um acordo."
Na audiência de conciliação de hoje, às 11h, se não houver acordo, Aidar vai marcar o julgamento da greve.
Ontem, ele determinou a expedição de ofícios para o Ministério Público Federal e o Ministério Público do Trabalho. Compete a estes órgãos, de acordo com Aidar, tomar alguma providência contra o Metrô e o sindicato em função da falta de um esquema de emergência para atender à população.

Empresas
Ontem, fábricas como a Lorenzetti, na Mooca (zona leste de SP), e a Milfra, fabricante de componentes eletrônicos em Santo André e São Caetano (ABCD), registraram atrasos e faltas de funcionários devido à greve dos metroviários e dos ferroviários.
Na Lorenzetti, 55 dos 800 empregados chegaram atrasados em média duas horas, disse Vera Goes, supervisora do departamento pessoal da empresa.
Na Milfra, 65 dos 235 funcionários da unidade em Santo André não haviam chegado até as 7h -dos atrasados, 8 sequer foram trabalhar. Em São Caetano, os atrasos chegaram a três horas.
"Perdemos de 11% a 12% na produção do dia, o que dá um prejuízo de quase R$ 8.000", disse Benjamin Funari Neto, diretor da Milfra.

Texto Anterior: Trens voltam a circular hoje em SP
Próximo Texto: Presidente do sindicato nega caráter político
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.