São Paulo, quarta-feira, 10 de maio de 1995
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Presidente do sindicato nega caráter político

Ele milita no PC do B há 18 anos

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do Sindicato dos Metroviários, Wagner Gomes, 37, passou a madrugada de ontem acordado preparando a greve. Com um telefone celular na cintura, recebia ligações de outros diretores do sindicato sobre piquetes e a paralisação.
Às 8h, saiu da estação Tatuapé do metrô para dormir por algumas horas na sede do sindicato. Gomes milita no PC do B há 18 anos. Casado e pai de dois filhos, ele é funcionário do Metrô há 17 anos e sindicalista há 15 anos.
Gomes ocupa a presidência do sindicato desde 89. Durante este tempo, comandou quatro greves, todas relâmpagos e de advertência, além de operações tartarugas (trem anda em baixa velocidade).
Ele negou haver qualquer motivação política para a greve. ``O movimento acaba quando o Metrô aceitar nossas reivindicações salariais."
``Sempre tentamos evitar greves por tempo indeterminado. Desta vez tentamos negociar desde janeiro, mas a direção da companhia não quis acordo."
O sindicalista pertence à Corrente Sindical Classista (facção interna da CUT ligada ao PC do B) e controla uma categoria que tem 9.000 pessoas, das quais ``90% são sindicalizadas". O sindicato é filiado à CUT (Central Única dos Trabalhadores).
Gomes afirmou ainda que não conseguiu entrar em acordo com a direção da empresa para determinar quantos trens deveriam permanecer em funcionamento em um esquema de emergência.
``Operar o metrô com 30% da capacidade é arriscar a segurança do sistema e dos passageiros."

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