São Paulo, quarta-feira, 10 de maio de 1995 |
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Polícia do Rio adota estratégias de guerra
SILVIA NORONHA
A informação é do coronel Lenine de Freitas, 49, assessor do secretário Euclimar da Silva, general da reserva. Segundo o coronel, a nova estratégia foi inaugurada com a operação da Polícia Civil na favela de Nova Brasília, em Bonsucesso (zona norte), anteontem, quando 13 pessoas morreram. Os principais itens da nova estratégia da polícia, descreve Freitas, são a ``ofensiva, a manobra e o princípio de massa", conceitos militares para ações de combate. O princípio da ``ofensiva" visa desestruturar o inimigo, que no caso da ação policial é o crime organizado. Seu uso pressupõe que o alvo do ataque seja tomado de surpresa. Com ele, a polícia pretende colocar as quadrilhas de traficantes em posição de defesa, sem poder para tomar iniciativas como as disputas por pontos de droga -que se teriam se tornado frequentes. A capacidade de colocar forças de combate próximas ao alvo é o que Freitas define como o ``princípio da manobra". Sua eficiência só é possível em conjunção com a disponibilidade de soldados ou policiais em número suficiente para fazer frente às quadrilhas. Essa disponibilidade de efetivos é definida como o ``princípio da massa". Na operação de Nova Brasília, foram usados cerca de 30 policiais civis. Para futuras operações, cerca de 800 policiais militares estão sendo escolhidos nesta semana. Eles serão treinados para formar as FATs (Forças de Apoio Tático). Esses policiais aprenderão a manusear armas consideradas de alto poder de destruição (leia quadro ao lado), como fuzis AR-15, AK-47 e FAL (Fuzil Automático Leve). O governo do Rio recebeu a doação do Exército de cem FALs e cem carabinas. Freitas disse que a secretaria está comprando outros mil FALs. Além desse armamento, as polícias estaduais estão utilizando, com autorização da Justiça, 2.880 armas apreendidas em operações de combate ao tráfico. Texto Anterior: Betinho quer esvaziar favelas Próximo Texto: Delegacia recebe mais policiais Índice |
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