São Paulo, quarta-feira, 10 de maio de 1995
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Índices mostram tendência de alta; IGP fica em 2,30%

DA SUCURSAL DO RIO; DA REDAÇÃO

Economista da FGV diz que nova pressão virá de eletrodomésticos e carros
Os três índices de inflação -IPCA, INPC e IGP-DI- divulgados ontem no Rio mostram tendência de alta em abril. O IPCA ficou em 2,43%; o INPC, em 2,49%; e o IGP-DI, em 2,30%. Em março, o IPCA havia ficado em 1,55%; o INPC, em 1,62%; e o IGP-DI, em 1,81%.
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) e o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) são medidos pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e o IGP-DI (Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna) pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).
O chefe do Centro de Estudos de Preços da FGV, Paulo Sidney Melo Cota, disse ontem que a tendência de alta deve se manter no mês que vem, quando vão se refletir para o varejo o aumento dos preços de eletrodomésticos e automóveis.
Além destes dois itens, o economista -que prevê uma inflação de 25% ao final do primeiro ano do Real, em julho- acredita que os preços de educação e transportes vão pressionar para cima a inflação do próximo mês.
Paulo Sidney acha que o mês de julho será fundamental para o Plano Real. Será quando, segundo ele, se saberá o tamanho da ``memória inflacionária" do país.
Ele acha que em julho não há razões técnicas para que a inflação continue alta. Por isso, se os setores que estão reajustando seus preços agora os mantiverem em julho, o Plano Real continuará funcionando bem.
O economista acredita que em maio os preços no atacado devem cair, mas os preços para o consumidor e os da construção civil devem aumentar. Este último principalmente, por causa do aumento do salário mínimo, que tem impacto forte na mão-de-obra do setor, principalmente no Nordeste do país.
No IGP-DI, os preços no atacado tiveram inflação de 1,99% (ante 1,08% em março), os preços ao consumidor aumentaram 2,90% (2,74% em março) e os preços da construção ficaram 2,30% mais altos (3,30% em março).
No INPC, os maiores aumentos foram nos setores de habitação e despesas pessoais (ambos com 4,41%). O aluguel foi o subitem que mais pressionou o setor de habitação, com 6,59%. No IPCA, o maior foi no segmento de habitação, com 4,24%.
O Índice de Custo de Vida da Classe Média, da Ordem dos Economistas de São Paulo, fechou abril com taxa de 2,97%.

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