São Paulo, quinta-feira, 11 de maio de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CNBB inicia assembléia e discute sucessão

DA FOLHA SUDESTE

A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) procura um candidato de consenso que una os chamados grupos ``progressistas" e ``conservadores" para dirigir a entidade nos próximos quatro anos.
``Progressistas" são considerados os bispos que definem sua linha de atuação com base na área social.
Os ``conservadores" priorizam a atuação evangélica e são mais ligados às determinações do papa João Paulo 2º.
Essa tendência foi tema das conversas de bastidores durante a abertura ontem da 33ª assembléia geral da CNBB.
Na segunda-feira a CNBB escolhe o sucessor de d. Luciano Mendes de Almeida, que deixa a presidência após oito anos de mandato.
Três candidatos estão na lista dos mais cotados para conseguir pelo menos dois terços dos votos dos cerca de 280 bispos com direito a voto.
Uma articulação iniciada em novembro do ano passado, liderada pelo bispo auxiliar de Jundiaí (SP), d. Amaury Castanho, defende a candidatura do arcebispo de Salvador, d. Lucas Moreira Neves.
D. Amaury enviou mais de 200 cartas aos bispos pedindo apoio e afirma que d. Lucas venceria com folga caso aceitasse ser candidato. D. Lucas evita falar sobre o assunto e nega a candidatura.
O vice-presidente da CNBB, ligado à área ``conservadora", d. Serafim Fernandes Araújo, 71, que aparece como ``candidato natural", afirmou ontem que vai pedir renúncia caso seja eleito.
Ele espera se aposentar em quatro anos. ``Quero dedicar meus últimos quatro anos à minha diocese", disse. D. Amaury garante, entretanto, que o atual vice jamais recusaria a presidência da CNBB.
Uma das hipóteses levantadas ontem pelo bispo de Jundiaí seria a formação de uma ``chapa" com d. Lucas na presidência e d. Serafim continuando como vice.
Na ala ``progressista", o bispo de Pelotas (RS), dom Jayme Henrique Chemello, é o preferido pela atual direção. Com um tom moderador, ele admite que nos próximos quatro anos a entidade tem de dar um caráter ``missionário" aos trabalhos das comunidades eclesiais de base (CEBs).
O discurso se aproxima do texto das diretrizes de atuação para o próximo quadriênio, que os bispos analisam nesta assembléia.

Texto Anterior: Pesquisadores acham plantas no mar Morto
Próximo Texto: Demora de Itamar desagrada Portugal
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.