São Paulo, quinta-feira, 11 de maio de 1995
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Despenca a venda de carros médios

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar do aumento do imposto de importação para 70%, determinado pelo governo no final de março, as vendas dos carros médios produzidos no Brasil continuam em queda acelerada.
Modelos como o Kadett, da General Motors, e o Logus, da Volkswagen, que perderam mercado com a chegada de importados similares, como o Tipo, da Fiat, não tiraram vantagem do aumento da alíquota.
As vendas do Logus, por exemplo, caíram 32,14% no atacado (da fábrica para as concessionárias) em abril. No caso do Kadett, a queda foi de 49,56%. E o Tipo aumentou as vendas em 26,57%.
Apesar de um reajuste de 7,8%, o Tipo continuou competitivo em relação ao carro médio nacional. Nas concessionárias, o modelo mais simples é vendido na faixa dos R$ 18 mil.
Os carros médios ocupam uma faixa intermediária entre modelos mais baratos -``populares" e básicos- e automóveis de luxo. Custam de R$ 17 mil a R$ 27 mil.
Além do Kadett e do Logus, também estão na mesma faixa modelos como Pointer, Parati e Voyage (da Volkswagen), Escort e Verona (Ford).
Eles passam a enfrentar este ano a concorrência de outros dois importados de peso: o Astra, da GM, e o Golf, da Volkswagen, que chegam na mesma faixa de preço.
A GM vendeu até o mês passado 13.509 Astra. A Volks, em apenas um mês, vendeu 3.846 Golf GL e GLX.
Com a nova alíquota, Astra e Golf ficaram entre 10% e 13% mais caros. Mas o aumento de preços anunciado pelas montadoras nos carros nacionais anulou parte da vantagem. O Kadett foi reajustado em 4,6%, e o Logus, em 8%.
Os carros médios são os mais afetados pela concorrência dos importados. As vendas do Kadett e do Logus, por exemplo, despencaram entre o primeiro quadrimestre de 95 e os primeiros quatro meses de 94, No período, as montadoras registraram recorde de vendas, principalmente por causa dos carros ``populares".

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