São Paulo, quinta-feira, 11 de maio de 1995
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Amor é uma arte falível

INÁCIO ARAÚJO
DA REDAÇÃO

Associar as palavras "amor" e "arte" supõe atribuir à primeira uma dificuldade. Supõe aprendizado, habilidade, paciência para superar tudo que distancia dois seres na mesma proporção em que os atrai.
Quando os distribuidores acrescentaram à expressão a idéia de dificuldade, ao trazerem ao Brasil ``A Difícil Arte de Amar" (Globo, 23h40), parecem mais estar fazendo um comentário sobre o filme propriamente dito.
Vendo apenas o título, difícil é perceber que se trata de uma comédia, embora seja nítido que as relações conjugais estão em jogo.
Na verdade, o romance de Mark e Rachel é muito marcado pela modernidade (no princípio, eles pretendem ficar solteiros) e suas contradições. Tanto que Mark a horas tantas vai ter um romance paralelo, e Rachel, ao saber da coisa, responderá do modo mais tradicional do mundo: retira-se para a casa dos pais.
Apenas essa contradição entre o moderno e o tradicional suposta no roteiro de Nora Ephron não sustenta muito um filme, ainda que de Mike Nichols, um especialista em relações afetivas em variados estágios (ver: "Quem Tem Medo de Virginia Woolf", "A Primeira Noite de um Homem", "Carnal Knowledge").
Mesmo sendo um excelente diretor de atores, desta vez Nichols parece não superar a barreira das personalidades de Jack Nicholson e Meryl Streep. É o principal filme de hoje, mas é um trabalho menor.
(IA)

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