São Paulo, quinta-feira, 11 de maio de 1995
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EUA acusam mais um por atentado

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O governo dos EUA formalizou ontem a segunda acusação pelo atentado de 19 de abril em Oklahoma City (região centro-sul ocidental dos EUA) que matou 167 pessoas.
O segundo acusado é Terry Nichols, melhor amigo do principal suspeito, Timothy McVeigh.
Nichols, 40, se entregou à polícia em Wichita, Kansas (região centro-norte ocidental do país), dois dias depois da explosão.
Ele já havia sido acusado de conspirar com seu irmão, James, também preso, e com McVeigh, para construir explosivos.
Nichols foi transferido para Oklahoma City, região centro-sul ocidental, onde McVeigh está preso. Os dois têm hoje audiência em tribunal.
Novo suspeito
A polícia federal (FBI) trabalha cada vez mais com a hipótese de que o outro suspeito, que até agora não foi identificado, possa não existir e ter sido confundido com o filho de Nichols, Joshua, ou Josh, de 12 anos.
Nenhuma acusação foi feita contra o garoto nem o FBI acha que ele esteja envolvido no atentado.
Mas ele pode ter sido a pessoa que acompanhava McVeigh quando foi feito o aluguel do veículo usado para carregar os explosivos.
A descrição do funcionário da locadora que atendeu McVeigh foi de que seu acompanhante era um homem musculoso, de queixo quadrado, sobrancelhas grossas, que usava boné e tinha uma tatuagem no braço.
Josh Nichols é bastante grande e forte para sua idade e, segundo a polícia, tem o hábito de usar tatuagens descartáveis.
O menino e sua mãe viajaram ontem de Las Vegas, região das montanhas, onde moram, para Oklahoma City, onde ela vai ser ouvida pela Justiça.
Josh passou a semana anterior ao dia do atentado com o pai, em Kingsman, Kansas, onde Terry Nichols mora.
O novo advogado de McVeigh, Stephen Jones, disse que seu cliente vai se declarar inocente das acusações de envolvimento no atentado.
Jones, designado pela justiça federal para defender McVeigh, afirmou ainda que há dúvidas sobre a sanidade mental de McVeigh.
McVeigh, 27, é veterano da Guerra do Golfo, que opôs o Iraque a uma coalizão liderada pelos EUA no início de 91, após a invasão do Kuait pelo Iraque em 90.
McVeigh e os irmãos Nichols defendem teorias políticas de oposição a qualquer interferência do Estado na vida dos cidadãos.

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