São Paulo, quinta-feira, 11 de maio de 1995
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Nós da Previdência; Jornal de Resenhas; Quem tem medo da cultura local?; Sub; Carro oficial; Acidente; Era uma vez Santa Tereza

Nós da Previdência
``Os editoriais `Déficit de credibilidade', de 21/4, e `Os nós da Previdência', de 1/5, são contribuições construtivas da Folha para elevar o nível do debate sobre as questões da Previdência. Permita-me, entretanto, considerar que no primeiro caso, da credibilidade, partiu-se de uma premissa pouco precisa, contida no relatório do TCU, o que resulta fatalmente em uma conclusão igualmente pouco precisa. O relatório do TCU, calçado em dados da Previdência, não acrescenta nada de novo. O que surpreendeu o TCU, reclassificação de despesa, é fato normal em contas públicas. Quanto aos nós, em verdade, só a reforma estrutural os corrigirá. Questões de informalidade no trabalho e de ônus sobre a folha estão tendo encaminhamento lateral. Índices de potencial de arrecadação e de sonegação, como a venda da imobiliária e a cobrança da dívida histórica, têm inspirações mais retóricas do que práticas. Defendo, por princípio, há algum tempo, que a Previdência pode e deve ser melhor administrada. Só assim será viável. É o que estamos fazendo. Aumentamos a receita em 10% neste primeiro trimestre, estamos cobrando os devedores e reformamos as leis de custeio e benefícios, nos seus aspectos falhos. A reforma estrutural, igualmente defendida pela Folha, dará condições para que o país possa ter uma Previdência que pague mais de R$ 100 de benefício mínimo, mantendo o regime compulsório e público e estimulando a previdência complementar, voluntária, para o aumento da poupança."
Reinhold Stephanes, ministro da Previdência Social (Brasília, DF)

Jornal de Resenhas
``Meus cumprimentos pela brilhante iniciativa referente à veiculação do Jornal de Resenhas, na primeira segunda-feira de cada mês. Permito-me sugerir que a publicação Jornal de Resenhas não se limite às questões filosóficas, mas se dedique a outras áreas do conhecimento, tais como geografia, história, biografias, direito etc."
Selma Maria Ferreira Lemes (São Paulo, SP)

Quem tem medo da cultura local?
``Meus cumprimentos pela matéria `TVs regionais acertam com hits baratos' (Ilustrada, 18/4). Ela constitui um importante registro e um valioso estímulo sobre a relevância democrática da programação regional. Durante os trabalhos da Constituinte, participei, ao lado de outros secretários de Estado da Cultura do movimento em favor de produtores e artistas locais, que foram marginalizados pelo monolitismo imposto pelas redes de TVs nacionais. O colonialismo de métodos e meios atenta igualmente contra a liberdade de expressão artística, literária e científica de importantes núcleos populares. A maior agressão se dirige contra a identidade cultural de regiões do país e as suas possibilidades de comunicação. Infelizmente, a luta na Constituinte não foi além da proclamação otimista do art. 221, inciso 2, ao acentuar que a produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão, entre outros, ao princípio da `regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei'. Essa `lei', no entanto, jamais foi aprovada pelo Congresso. Trata-se de um paradoxo diante do poder dos parlamentares de controlar a outorga e renovação das concessões para o serviço de radiodifusão sonora de sons e imagens. A Folha mostrou em sua reportagem que os canais do interior de São Paulo estão conquistando o público local. E começou a responder à pergunta: Quem tem medo da cultura local?"
René Ariel Dotti, advogado e ex-secretário de Estado da Cultura do Paraná (Curitiba, PR)

Sub
``Em seu artigo `Sub' (edição de 27/4), Otavio Frias Filho parece se render às teses de Fukuyama sobre o `fim da história'. Coragem, jornalista incrédulo! A expansão da economia de mercado não é a redenção da humanidade. É preciso acreditar nas possibilidades de mudança, na criação de uma ética que supere o conformismo ou a inevitabilidade das `antenas parabólicas'."
Jáder Marcos Paes Correto da Rocha (Penápolis, SP)

Carro oficial
``Em virtude de nota do Painel de 8/5 intitulada `Carro oficial', que sugere o uso irregular do carro oficial da Câmara Legislativa do Distrito Federal, esclarecemos: desde que assumiu a presidência da Câmara Legislativa, o deputado Geraldo Magela (PT) transformou em rotina o trabalho aos sábados. No último sábado, o presidente Geraldo Magela cumpriu a agenda conforme a rotina prevista na parte da manhã e, à tarde, presenciou o lançamento oficial da Coleta Coletiva de Lixo na cidade satélite de Brasilândia e, em seguida, o lançamento do livro `Pé de Poesia', de Wilson Pereira e Marilda Castanha, a convite do diretor da escola `Vivendo e Aprendendo'. Gostaria de reiterar que o presidente da Câmara do DF não se encontrava `numa festa infantil realizada numa escola de Brasília', mas prestigiando, oficialmente, uma manifestação cultural da cidade."
Cesar Borges, coordenador de Comunicação Social da Câmara Legislativa do Distrito Federal (Brasília, DF)

Nota da Redação - A ``manifestação cultural da cidade" a que se refere a carta era de fato uma festa infantil, com mágico, gincana e engolidor de fogo. Na ocasião, o deputado disse à reportagem da Folha que o autor do livro que estava sendo lançado era seu irmão.

Acidente
``Levamos ao conhecimento da Folha que esta casa de leis aprovou, por unanimidade, requerimento de autoria do vereador Sidnei Carvalho Henrique solicitando que seja retificada a matéria publicada nesse jornal no dia 21/2, do repórter Luiz Malavolta, que noticiou a morte do floridense Valter Luiz Barbieiro de forma totalmente avessa ao que realmente aconteceu, conforme boletim de ocorrência anexo."
Wilson Fróio Júnior, presidente da Câmara Municipal de Flórida Paulista (Flórida Paulista, SP)

Resposta do jornalista Luiz Malavolta - A informação ora contestada de que o motorista Valter Luiz Barbieiro foi responsável por um acidente na rodovia Castelo Branco entre o caminhão que ele dirigia e um ônibus foi fornecida pelos policiais rodoviários que atenderam o caso.

Era uma vez Santa Tereza
``A memória brasileira é um desastre, já sabemos. Ainda agora, o noticiário do Rio dá conta da `guerra' entre traficantes e entre traficantes e exército no morro dos Prazeres, em Santa Tereza. O morro dos Prazeres não era uma favela; ali, no final dos anos 40 e até a queda de Jango, uma ação conjunta da Igreja, do governo municipal e dos moradores resultou na melhoria extraordinária das condições de vida das pessoas. É triste perceber que Santa Tereza, que já foi o mais interessante bairro do Rio, é hoje uma localidade que tem medo. É triste perceber que a imprensa não tem memória sequer para lembrar o que já deu certo neste país."
Henrique Veltman (Rio de Janeiro, RJ)

``Admirável a perspicácia dos aparatos de segurança da Croácia brasileira. `Bala perdida acerta nuca de criança', `Atingida garganta de menor', `Projétil perdido acerta cabeça'. Agora mais um estudante atingida no rosto! É uma coincidência é incrível, pois quase sempre a bala acerta do pescoço para cima. Ou seriam franco atiradores?"
Paulo Sergio Winckler (Porto Velho, RO)

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