São Paulo, sexta-feira, 12 de maio de 1995
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Oposição vai ter que calar a boca, diz FHC

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem a um grupo de empresários que a reforma constitucional vai ganhar o apoio da sociedade e a oposição ``vai ter que calar a boca". Ele disse que movimento anti-reforma sofre de ``cegueira histórica".
A reforma, segundo FHC, fere interesses que ele não vai discutir porque não representam a maioria.
``Eu não quero nem discutir se o interesse é legítimo ou não. Pode até ser legítimo. Só que muitas vezes não constitui mais o ponto de vista coincidente com a vontade da maioria. E na democracia é assim. Nós temos que fazer com que a vontade da maioria prevaleça".
Fernando Henrique falou para uma platéia de aproximadamente 30 empresários do movimento ``Reforma Sim". Eles apresentaram no Planalto um balanço dos primeiros atos pró-reforma feitos anteontem à noite, em São Paulo.
``As reformas têm que ir para a rua, assim como foi com as diretas e com o impeachment", disse o presidente do Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Autopeças), Paulo Butori, coordenador do movimento.
Além do Sindipeças, estavam presentes representantes da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), da Associação Comercial de São Paulo, do Sindicato das Micro e Pequenas Indústrias de São Paulo e da Associação Latino-Americana de Sociólogos. O grupo representava 30 entidades.
FHC acha que as reformas estão passando por um processo semelhante ao do lançamento do Plano Real, em julho do ano passado. ``Lá em São Paulo, saiu um enorme cartaz: `Real é pesadelo'. Durou uma semana. Tiveram que tirar correndo o cartaz (...) porque viram que era sonho. E o melhor é que não é sonho não, é realidade."
No discurso, o presidente chamou a oposição anti-reforma de ``reacionária" -um termo que ele vem usando em quase todos os discursos em que defende a reforma da Constituição. FHC disse que as reformas só são possíveis graças ao regime democrático e à participação popular: ``Sem isso não teria o real nem as reformas".

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