São Paulo, sexta-feira, 12 de maio de 1995
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Greves; Fé no Rio (1); Fé no Rio (2); Religião e política; Hidrovia Tietê-Paraná; Contribuinte sem defesa; IPMF e ingenuidade

Greves
"Repudiamos a greve geral decretada pela CUT, desafiando o Congresso Nacional e a vida democrática do país. Isso porque, sem uma pauta de reivindicações definida, com posicionamentos fortemente hostis às reformas propostas pelo governo, a CUT está protestando por protestar, como se vivêssemos numa república sindicalista. As greves da Petrobrás e dos metroviários de São Paulo são exemplos gritantes dessa sinistra conjugação de fatores que trabalham contra o Brasil. Mesmo tendo sido decretada a abusividade da greve, os petroleiros continuam parados esperando que se cumpra acordo que a empresa não assinou, além de outros posicionamentos descabidos que dão ao movimento uma conotação nitidamente contraditória, demonstrando o desprezo por decisões judiciais."
Ricardo Izar, deputado federal pelo PPR-SP (Brasília, DF)

``A decisão supimpa do TST a respeito da greve dos petroleiros, nas declarações do ministro Almir Pazzianotto, demonstra o rabo preso com o governo. É ou não é uma instituição isenta? Apesar de não concordar com a greve, Janio de Freitas, em seu artigo de 11/5, mete o dedão na ferida: foi uma decisão política. Há muito tempo questionam-se esses tribunais. Vicentinho está certo. Fora TST!"
Jurcy Querido Moreira (Guaratinguetá, SP)

Fé no Rio (1)
``A assessoria de imprensa da Arquidiocese do Rio de Janeiro, a propósito da afirmação do cardeal Eugenio Sales publicada na matéria `Polícia mata 14 em favela do Rio' (Primeira Página, 9/5), esclarece que tal afirmação não teve nenhuma relação com a morte daquelas pessoas. O arcebispo do Rio, como declarou em outras oportunidades, tem esperança numa rápida recuperação da cidade do Rio para superar o atual clima de violência."
Adionel Carlos da Cunha, assessor de imprensa da Arquidiocese do Rio (Rio de Janeiro, RJ)

Fé no Rio (2)
``Parabéns pela excelente reportagem sobre a recuperação de Copacabana (Turismo, 27/4), bairro que retrata a síntese do Rio e do Brasil, com sua lindíssima praia e suas paisagens que tanto agradam aos turistas, atualmente em franco processo de recuperação."
Pedro Fortes, vice-presidente da Associação Brasileira de Indústria de Hotéis (Rio de Janeiro, RJ)

Religião e política
``Segundo o Evangelho, Caifás considerou Jesus demasiadamente político e, por isso, decidiu matá-lo. Josias de Souza, com menos poder e mais petulância, pretende ridicularizar o cardeal Arns. O modo como o faz reabre o debate sobre liberdade de imprensa e ética jornalística. O cardeal Arns, que teve a Rádio 9 de Julho lacrada pela ditadura e o jornal `O São Paulo' censurado, lutou pela restauração de liberdade que, hoje, permite até que um colunista manifeste seu desconforto diante do profetismo do cardeal. Mas este não merece ser ridicularizado. Deus queira que os detratores do cardeal Arns prestem o mesmo serviço que ele tem prestado para que o Brasil seja uma nação mais democrática, justa e soberana. E a imprensa, mais livre e ética."
Luís Sapiano, provincial, João Xerri, prior, Oscar Lustosa, Airton Pereira da Silva, Guilherme Neri Pinto, Jorge Cid Camargo Perez, Carlos Josaphat Pinto de Oliveira, Márcio Alexandre Couto, Gilberto da Silva Gorgulho e Frei Betto, frades dominicanos (São Paulo, SP)

``Em 17/4, o jornalista Josias de Souza comparou `Jesus com o ovo de Páscoa' para jogar ovos no cardeal de São Paulo, a partir de sua entrevista de domingo (16/4). Josias de Souza quis reafirmar o `leit motiv' da imprensa, de que d. Paulo é contra o governo, defende baderneiros, é contra o neoliberalismo. Para `ovacionar' o cardeal, o colunista usa do próprio Cristo na Páscoa, transformando o cordeiro de Deus em `bode expiatório'. É muita prepotência! Josias não entende a nova evangelização do cardeal, respondendo perguntas que interessam à maioria, na ótica cristã, como Jesus no caminho de Emaús. Josias não sabe que depois do Concílio (1965), as dores e as alegrias do povo são as dores e as alegrias da Igreja. Depois que Deus se fez homem, o caminho mais curto para Deus é o homem. Política é a busca do bem comum para todos os homens. Por isso falar de política na Páscoa, respondendo aos repórteres, é uma forma encarnada, histórica, atual, de viver a Páscoa. De confrontar o que Jesus fez e falou com o que fazemos e falamos. Por isso o cardeal não é contra o governo, nem a favor dos baderneiros, mas quer que `todos sejam irmãos' (Mt. 17,8). Quer o bem, o trabalho, a saúde, a educação, a moradia, a justiça, para todos. Mas o próprio Cristo foi acusado de `beberrão e comilão' porque estava a serviço dos excluídos de seu tempo."
Arnaldo Beltrami, vigário episcopal de Comunicação da Cúria Metropolitana de São Paulo (São Paulo, SP)

Hidrovia Tietê-Paraná
``Gostaria que a Folha perguntasse ao sr. governador Mario Covas o porquê de a nossa universidade (USP) não realizar os treinamentos de mão-de-obra gerencial a ser utilizada nos projetos da hidrovia Tietê-Paraná. Será que não pagamos nossos impostos direito para que sejam aplicados em desenvolvimento para nossos pesquisadores estarem habilitados a conseguir trabalhar ou terem competência para tanto?"
Marcelo Andrade Reviriego da Cruz (São Caetano do Sul, SP)

Contribuinte sem defesa
``Quero tornar pública a minha indignação pelo desrespeito do governo federal para com seus governados. Montado no que chama de democracia, o governo vive submetendo e subjugando seus governados a situações sem quaisquer chances de defesa. Por exemplo, até o presente momento não fui convidado a receber a devolução do Imposto de Renda relativo ao exercício de 1994, ano base de 1993."
Edgar Renzo Fabbrini (São Paulo, SP)

IPMF e ingenuidade
``Pior do que fugir a um compromisso de campanha, são os políticos pensarem que a população é idiota a ponto de acreditar que os recursos do malfadado IPMF serão aplicados na saúde e agricultura. Serão, isto sim, destinados à compra de flores, goiabadas e balelas para a Esplanada dos Ministérios."
João Batista A. de Souza (São Paulo, SP)

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