São Paulo, sábado, 13 de maio de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Vicentinho diz que vai convocar movimento de apoio aos grevistas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, disse que vai convocar um movimento nacional de apoio aos petroleiros e eletricitários. A idéia é colocar manifestantes nas ruas para apoiar os grevistas.
Ele disse à Folha que a ``intolerância" do governo está provocando a revolta dos trabalhadores. Ele comparou o comportamento da Petrobrás -ao anunciar lista de grevistas demitidos- aos nazistas. ``Todo dia matavam um pouco".

Folha - A posição do governo é não negociar com grevistas? Qual é a posição da CUT?
Vicentinho - A posição do governo é a mais burra que existe. É de intolerância, muito parecida com a do início das greves dos anos 80. O governo demonstra total incapacidade de resolver problemas e conflitos trabalhistas.
Folha - E as listas de demissões que a Petrobrás está apresentando?
Vicentinho - O comportamento com estas listas se parece com o dos empresários de 15 anos atrás -que hoje já não fazem isto. É um comportamento cruel porque lembra o nazismo: todo dia eles matavam um pouco. Só que com isso só se ganha raiva, horror e o pessoal está ficando revoltado.
Folha - Mas o governo já demonstrou que não há nada mais para ser negociado.
Vicentinho - Eu reclamei isto ao ministro Paulo Paiva (Trabalho). O governo sequer senta para discutir o problema. No mesmo momento em que se recusou a conversar, ele agiu de maneira parcial quando apoiou as paralisações de ontem (quinta-feira) pelas reformas. Isto nem o Itamar Franco, Collor de Mello e José Sarney fizeram conosco.

Texto Anterior: Saiba o que é greve abusiva
Próximo Texto: BB suspende operações já a partir de segunda
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.