São Paulo, sábado, 13 de maio de 1995 |
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Epidemia
NELSON DE SÁ
Cresceu o número das cidades atingidas no Zaire. A Europa começa a fechar as fronteiras. Os aeroportos americanos estão em regime de alerta. Não demorou nada e o alarme bateu no Brasil. Ontem à noite, as manchetes seguiam todas na mesma direção: ``Médicos lutam para evitar que ébola contamine todo o Zaire", noticiou Boris Casoy, no TJ. ``O vírus assassino chega à quarta cidade no Zaire", noticiou Francisco Pinheiro, no novo Jornal da Record. A bem da verdade, o alarme no Brasil começou dias atrás no Jornal Nacional, quando Cid Moreira batizou o tal ``vírus assassino". Mas nem era certo, então, se o vírus era o ébola -aquele que vinha sendo objeto de documentários apocalípticos na televisão, por conta do lançamento do filme ``Epidemia". Confirmado o ébola no Zaire, confirmada a ampliação da epidemia, soou o alarme. Aliás, soou no Recife, em Santos, no Rio, nos portos do Brasil. Pelo que se viu ontem na televisão, o ``vírus assassino" bate à porta, se é que já não entrou. Alguns exemplos, da Rede Brasil e de outras: - As autoridades brasileiras estão vistoriando aviões e navios que chegam da África. - Especialistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro estão estudando amostras de sangue de macacos da Amazônia, para saber se os macacos são portadores do vírus assassino. - A marinha mercante informou que não há chegada de navios prevista nos próximos dias, mas todos os que vierem do Zaire ao Brasil vão ser fiscalizados. - Em Pernambuco, a administração do aeroporto está em alerta para todos os vôos internacionais. Por mais que os Médicos sem Fronteiras afirmem que ``não há motivo para pânico", como ontem na CNN, agora é tarde. Da pergunta lúgubre de Boris Casoy: - Será que está começando uma epidemia pior do que a da Aids, se abatendo sobre o mundo? O milênio se aproxima e o pânico chegou antes. Texto Anterior: Distribuidoras retomam vendas Próximo Texto: Valencia vem a São Paulo para pré-temporada Índice |
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