São Paulo, sábado, 13 de maio de 1995 |
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Movimento negro 'condena' Estado por praticar racismo
BETINA BERNARDES
Julgamento simulado foi na Faculdade de Direito da USP O poder público brasileiro foi condenado ontem à pena máxima por praticar violência contra a população negra. A sentença, proferida sob aplausos, determinou que o governo ``implante políticas que assegurem cidadania ao negro brasileiro". O julgamento, onde o Estado era o réu e o cidadão, o acusador, aconteceu na Sala dos Estudantes da Faculdade de Direito da USP, no largo São Francisco. O ``Tribunal Popular Simulado Zumbi dos Palmares" foi presidido pela senadora Benedita da Silva (PT-RJ), que afirmou que os negros ``são maioria entre os marginalizados e são excluídos das decisões do país". O advogado Celso Fontana, no papel de defensor do Estado, procurou compilar, em 15 minutos, todas as máximas do racismo, provocando risos na platéia. ``A República não tem culpa se o Império aprovou a Lei do Ventre Livre, origem do menor abandonado, a Lei do Sexagenário, origem do velho abandonado, e a Lei Áurea, origem do negro desempregado" foram algumas das frases pinçadas por Fontana para sua ``defesa". O advogado Itajiba Farias, do Centro Santo Dias de Direitos Humanos, no papel de promotor, afirmou que o ``racismo institucionalizado, presente nas forças policiais, mata e acha que está fazendo justiça". Texto Anterior: Empregada diz que mulher reclamava Próximo Texto: Sindicalista vai raspar a cabeça por Zumbi Índice |
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