São Paulo, sábado, 13 de maio de 1995 |
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Grupo liberta menina depois de 24 dias
PATRICIA DECIA
A mãe de Juliana, Astrid de Santa Marinha Lutterbach, confirmou que pode haver ligações entre o sequestro de sua filha e o da mineira Paula Zamboni. ``Há muitas coincidências. Nós temos empregados em comum e vamos frequentemente a Além Paraíba", disse. Paula foi sequestrada no dia 24 de abril, em Além Paraíba (MG), e libertada quarta-feira em uma ação da polícia de Minas Gerais em Nova Iguaçu (Baixada Fluminense), com a prisão de dois PMs e um ex-PM no cativeiro. Outro PM foi preso terça-feira pelo serviço de inteligência da polícia do Rio, acusado de participar do sequestro de Juliana. Ele seria o responsável pelos contatos com a família, feitos a partir de um telefone público em Vigário Geral (zona norte). O PM foi identificado por familiares de Juliana como um dos homens que participou do sequestro, no dia 17 de abril, em frente a sua casa, em Santa Teresa (centro). Lenine de Freitas, assessor da Secretaria da Segurança Pública do Rio, disse que não serão divulgadas informações sobre a prisão para não afetar as investigações. Para o advogado da família, José Antônio Fichtner, a prisão do PM e a libertação de Paula favoreceram o fim do caso. ``A quadrilha ficou numa situação complicada." Mesmo assim, a família Lutterbach teve que pagar o resgate duas vezes, ontem e no dia 5 de maio. Os valores não foram revelados. A família também negou ter pedido ajuda da polícia mineira para a libertação de Juliana. Segundo o advogado Fichtner, a DAS (Divisão Anti-Sequestro) foi afastada do caso após o pagamento do primeiro resgate. As negociações foram feitas diretamente pela família, com apoio da secretaria da Segurança Pública do Rio. ``A DAS não se portou como o esperado. Eles atrapalharam a solução do caso com uma tentativa de interceptação do pagamento do primeiro resgate", disse Fichtner. Ele classificou parte da polícia do Rio como ``inconfiável". Segundo o pai de Juliana, Júlio César Lutterbach, 63, houve mais de 20 contatos. As únicas provas de vida recebidas foram uma carta e informações pelo telefone. A mãe, Astrid, disse que os sequestradores se negaram a soltar Juliana, por terem sido "traídos". LEIA MAIS Sobre os sequestros no Rio e em Minas na pág. 3. Texto Anterior: PM leva corpos antes de perícia Próximo Texto: Apartamento seria cativeiro Índice |
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