São Paulo, sábado, 13 de maio de 1995
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Onde há fumaça, há fogo

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE

Os três grandes patrocinadores da F-1 são empresas de cigarro. Devido às cada vez mais frequentes leis de restrição ao fumo, a categoria se transformou em um dos melhores campos de promoção para seus produtos.
Assim, Marlboro, Rothmans e Mild Seven são marcas que sustentam boa parte da brincadeira. E merecem sua fatia no bolo.
O problema é que a cobertura deste bolo se chama piloto. E, a cada dia que passa, eles se tornam mais caros. A última especulação dá US$ 25 milhões para Michael Schumacher trocar o macacão azul da marca japonesa, pelo vermelho, da norte-americana.
E não é difícil entender porque o assunto aparece em uma época pouco favorável para a Benetton nas pistas. Nada é mais convidativo do que receber propostas de trabalho quando se está insatisfeito com a atual atividade.
É dado como certo que Schumacher se torne piloto Marlboro a partir de 1996. Só que a recente ascensão da Ferrari já provoca uma nova direção.
A Ferrari conta com um time de pilotos experientes. Mas todos sabem que ambos não têm características de vencedor -o arrojo de Alesi, infelizmente, é obliterado por seu azar.
Se faltava um bom carro para a escuderia italiana, ele parece estar surgindo agora. Para a próxima temporada, este equipamento pedirá mais que um grande piloto.
A chance de um título mundial, que quebrará jejuns, na mais tradicional equipe da F-1, é bastante atrativa. Tanto quanto ver um piloto alemão ser campeão empurrado com um motor Mercedes.
De qualquer forma, seja para onde for, Schumacher irá pelas mãos -ou pelos dólares- da Marlboro. Resta saber, qual equipe será a escolhida para acolher o passe do atual campeão mundial.
A resposta será elaborada ao longo deste ano, a cada domingo de corrida.

Depois de muita desculpa, a crise explodiu na Jordan. Barrichello reclamou com seu pai, que foi reclamar com Eddie Jordan.
Barrichello tem razão quando diz que teve pouca oportunidade neste ano para mostrar seu talento.
E Jordan pareceu sincero quando afirmou que o time não está preterindo o brasileiro em favor de Irvine.
Jordan e Barrichello, de certa forma, cresceram juntos na F-1. Mas parece que deixar a doce e despreocupada adolescência está sendo difícil para os dois.

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