São Paulo, sábado, 13 de maio de 1995
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Campanha custa US$ 50 mi

SÔNIA MOSSRI
DE BUENOS AIRES

A campanha publicitária dos principais partidos que disputam as eleições (Justicialista, Frepaso e União Cívica Radical) custou mais de US$ 50 milhões.
Além das doações de empresários e pessoas físicas, os partidos recebem recursos de fundo de campanha governamental, distribuído de acordo com a votação nas eleições legislativas de 1993.
Para cada voto, o partido obtém US$ 2,50. O Ministério do Interior informa que o Partido Justicialista, que sustenta o governo Menem, recebeu US$ 14,4 milhões.
A Folha apurou junto ao comitê menemista que a campanha presidencial consumiu entre US$ 25 milhões e US$ 30 milhões, incluindo mais de US$ 10 milhões em doações de empresários.
O candidato da Frepaso, José Octavio Bordón, considera estes números incorretos. Na sua opinião, a campanha de Menem teria custado US$ 80 milhões.
O comitê do candidato da UCR, Horacio Massaccesi, recebeu US$ 7,6 milhões do fundo governamental para os partidos políticos.
Os radicais receberam poucas doações de empresários em relação ao menemismo, cerca de US$ 3 milhões. Os gastos totais são estimados em US$ 15 milhões.
A Frepaso praticamente não teve injeção de recursos do fundo partidário porque não disputou as eleições de 1993. A assessoria de Bordón afirma que os gastos da campanha do candidato estão em cerca de US$ 4 milhões.
Desde as 8h de ontem, qualquer tipo de publicidade eleitoral está proibida, inclusive entrevistas.
A Justiça Eleitoral determinou a suspensão de propaganda institucional da Presidência, exibida algumas vezes na manhã de ontem no canal estatal ATC, por considerá-la campanha menemista.
As empresas que adquiriram o controle de estatais que foram privatizadas por Menem, bancos estrangeiros e multinacionais foram o principal contingente de doações da campanha do atual presidente.
Na prática, a Justiça Eleitoral argentina não exerce controle rígido sobre as doações. Não são exigidos dos partidos comprovantes de doações, como na lei brasileira.
Enquanto empresas multinacionais se concentraram em Menem, empresas argentinas foram a principal fonte de fundos de Bordón.
Massaccesi perdeu fundos privados de campanha após a sua queda nas pesquisas de intenção de voto, depois de ocupar o segundo lugar durante dezembro e despencar para a terceira posição.
(SM)

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