São Paulo, domingo, 14 de maio de 1995
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Lula defende emenda que favorece OAS

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SOROCABA

O presidente do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu, anteontem à noite, em Sorocaba (87 km a oeste de São Paulo), a forma atual da emenda sobre o gás canalizado em discussão na Câmara -que favorece Petrobrás, OAS e outras empreiteiras.
`A emenda é uma coisa menos ruim do que aquela que o governo propôs", disse Lula.
A versão final da emenda acaba com o monopólio estatal na distribuição de gás canalizado inclui artigo elaborado pelo deputado Hélio Rosas (PMDB-SP). O artigo mantém em vigor os contratos de concessão em andamentos. Alguns vigoram até 2020.
Rosas confirma que o texto foi redigido com apoio da Abegás (Associação Brasileira das Empresas de Gás).
Conforme revelou a Folha, a Petrobrás e a empresa Gaspart (do grupo da empreiteira baiana OAS) são sócias em 7 das 14 empresas estaduais de distribuição de gás.
``O governo queria entregar tudo e o Congresso permitiu que os Estados que têm empresas de gás fiquem com elas, fazendo concessões ou parcerias", afirmou o presidente do PT.
A votação da emenda que quebra o monopólio do gás seria quinta-feira. Foi adiada devido à reportagem da Folha.
Os parlamentares estão negociando agora a provável supressão do artigo que favorece a Petrobrás e o grupo OAS, o que deve afastar os partidos de esquerda que apoiaram a emenda na primeira votação.
O presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães, pretende colocar a emenda em votação na terça-feira.
Ontem pela manhã a cúpula do PT se reuniu para discutir a situação dos deputados federais José Genoino, Eduardo Jorge e Paulo Delgado, que têm manifestado posições diferentes das do partido na reforma constitucional. Até as 11h10, a discussão dos petistas ainda não havia começado.

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