São Paulo, domingo, 14 de maio de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Aposentados são elite em Presidente Sarney Cidade espera que nome famoso traga vida melhor CRIS GUTKOSKI
Eles são a privilegiada parcela da população que recebe todo mês um salário mínimo. ``Ainda assim, a maioria compra fiado e muitos nunca pagam", afirma Luís Raimundo Araújo, 41, comerciante. Nas escolas, posto de saúde e posto telefônico, ainda mantidos pela Prefeitura de Pinheiro (de onde se emancipou o antigo distrito de Pimenta), há servidores ganhando de R$ 10 a R$ 20 por mês. Em Presidente Sarney (a 343 km de São Luís), um médico faz mais falta do que os nove vereadores que vão compor a futura Câmara Municipal a partir de 1996, quando a cidade será instalada. Não há sequer enfermeiro no posto de saúde. Duas moças fazem curativos e encaminham os doentes para o município vizinho, a 39 km de distância, percorridos de ônibus, carroça, bicicleta ou a pé. ``Aqui só duas pessoas têm carro. Quem tem duas cabeças de gado é rico, bebe cachaça e fala em `meu gado"', diz Raimundo Seda, 58, dono do único restaurante. O rio Turi, que banha o povoado, é hábitat do mosquito Anophelles, causador de 300 casos de malária só este ano, segundo o laboratorista José Arimatéia Costa, 43, da Fundação Nacional de Saúde. ``Este lugar não tem condições de virar município, é uma pobreza generalizada", protesta Costa. Mas grande parte dos moradores crê que o nome famoso trará verbas e vida melhor. ``Tudo no Maranhão, devemos ao Sarney", diz o agricultor Antônio Nogueira, 54, apontando para as luzes (de 1982) da rua principal, de chão batido. Texto Anterior: Edison Lobão não tem água encanada nem esgoto Próximo Texto: Um em cada 6 congressistas tem rádio ou TV Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |