São Paulo, domingo, 14 de maio de 1995
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Técnica de cultivo aumenta efeitos

AUGUSTO GAZIR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A maconha já não pode mais ser considerada uma droga leve. Nos últimos anos, os avanços tecnológicos no seu cultivo aumentaram a quantidade de THC (princípio ativo da droga) na planta.
A opinião é da psiquiatra Maria Thereza de Aquino, 50, diretora do Nepad (Núcleo de Estudos e Assistência ao Uso de Drogas) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. ``Um cigarro de maconha é hoje nove vezes mais embriagante que uma dose de uísque", diz.
Segundo Aquino, até os anos 90, o teor de THC em um baseado (como é chamado o cigarro de maconha) ficava em torno de 3%. Hoje, dificilmente se encontra um cigarro com menos de 12%.
``No Rio, se encontra uma maconha chamada `skank' (gambá, em inglês) que tem 33% de THC", afirma ela.
O médico Márcio Bontempo, 42, diz que o chá de maconha tem efeito analgésico e sedativo e que existem remédios homeopáticos feitos a partir da maconha.
Mas, segundo ele, é perigoso afirmar que a maconha faz menos ou mais mal que o álcool e o tabaco. ``Depende do organismo de cada pessoa."
Maria Thereza diz que não vê vantagens em usar a maconha como medicamento. ``Se pode ajudar de um lado, atrapalha de outro."
(AG)

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