São Paulo, domingo, 14 de maio de 1995
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Mulher faz 'produção independente' aos 35

ALESSANDRA BLANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Mulher faz 'produção independente' aos 35
Ter um filho sem precisar conviver com um marido foi o que sempre quis a psicóloga Maria Helena Bolson, 38.
Na adolescência, enquanto suas amigas se imaginavam na igreja, vestidas de noivas, Maria Helena só se via "de barrigão".
O filho demorou para chegar -ela só engravidou aos 35 anos- mas a concepção foi exatamente como sempre quis.
"Morei muitos anos sozinha. Sempre pensava em ter um filho, mas não tinha estabilidade financeira para isso. Aos 30 anos, quando meu consultório ia bem e eu consegui quitar meu apartamento, achei que era a hora", disse.
Maria Helena procurou então "o homem que sempre soube que seria o pai de seu filho", alguém com quem teve um relacionamento de 16 anos, entre idas e vindas.
Mas a gravidez só foi acontecer mesmo após cinco anos e com a ajuda de tratamento médico.
"Quando senti os primeiros sintomas já comecei a curtir, eu tinha certeza e estava muito tranquila. Todo mundo ficava perguntando se eu não iria fazer o teste e eu nem estava preocupada", disse.
Ao avisar o pai da criança de que estava grávida, recebeu como resposta o já tradicional: "Você sabe que está sozinha nessa, né?"
"Sempre estive sozinha em tudo e não seria diferente, não queria que fosse. Passei a curtir minha gravidez, a barriga era como sempre imaginei. Engordei só nove quilos, me achava linda", disse.
Segundo Maria Helena, sua gravidez foi perfeita, sem nem mesmo um único enjôo. Mas logo após Luís Gustavo, 3, nascer, teve depressão. "Eu via aquela coisinha pequena dependendo de mim e sentia uma ansiedade enorme."
Maria decidiu então abandonar de vez o pai de seu filho.
"Ele frequentou minha casa por um ano depois que o nenê nasceu, mas percebi que o que sentia por ele não era amor, então rompi o relacionamento. Meu filho não pergunta do pai, mas eu falo sempre nele. Quero que ele seja como o pai, um homem íntegro, um vencedor."
(ABl)

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