São Paulo, domingo, 14 de maio de 1995
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Reações aceleradas pelas altas temperaturas "sujam" a cidade

PAULO FERNANDO SILVESTRE JR.
DA REPORTAGEM LOCAL

O aumento da temperatura em uma cidade pode gerar um círculo vicioso devido aos poluentes liberados na atmosfera pelas indústrias, refinarias e veículos.
Esses poluentes, particularmente compostos de carbono e nitrogênio, realizam diversas reações químicas de combinação, que criam um "cobertor" sobre a cidade, o chamado "smog", uma mistura de poluição com neblina.
Essas reações têm sua velocidade acelerada pelo aumento da temperatura. Como o smog resultante atua esquentando o ambiente, o ciclo fecha-se.
Sob o ponto de vista da saúde pública, o pior poluente resultante desse coquetel químico é o ozônio.
Haider Taha calcula que, no caso de Los Angeles, as suas propostas seriam capazes de reduzir o smog em 10%.
O simples uso de materiais reflexivos nos telhados diminuiria em 5% o ozônio acima do limite considerado aceitável para não prejudicar a saúde. O plantio das árvores reduziria outros 3%.
Curiosamente, os mesmos poluentes que esquentam a cidade, através deste "miniefeito estufa", esfriam-na devido a outros mecanismos.
"A área urbana tem efeitos que se contrabalanceiam", diz Paulo Artaxo, referindo-se aos que esquentam e esfriam as cidades.
Ele explica que essas partículas, classificadas como aerossóis (gasosos enquanto estão se dispersando e sólidos ou líquidos após isso), interceptam a radiação solar antes que ela chegue ao solo.
Isso seria suficiente, segundo Artaxo, para abaixar a temperatura entre 2°C e 4°C. "As cinzas lançadas pelo Pinatubo (vulcão que entrou em erupção em junho de 1991, nas Filipinas) esfriaram o ambiente em 1,5°C", diz.
(PFSJ)

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