São Paulo, domingo, 14 de maio de 1995
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'Navio-arsenal' deve substituir o porta-aviões

The Independent
De Londres

CHRISTOPHER BELLAMY

É possível que dentro em breve uma nova geração de navios de guerra substitua os encouraçados e alguns porta-aviões da Marinha norte-americana, que datam da Segunda Guerra Mundial.
Os novos navios, repletos de armas e conhecidos como ``navios-arsenais", são uma das opções que está sendo considerada sob o novo programa Combatente de Superfície do Século 21.
Eles visam à ``projeção potente", ou seja, poderiam atacar alvos em terra do mar, em qualquer parte do planeta. Substituiriam enormes navios de combate reequipados na década de 80, em desativação por exigirem tripulações de até 1.200 homens.
Os navios poderiam transportar mísseis de cruzeiro de ataque terrestre Tomahawk, o Sistema de Mísseis Balísticos Táticos (Atacms) do Exército dos EUA, com alcance de 160 km, e canhões de longo alcance que poderiam disparar granadas ``inteligentes" contra alvos a 80 km de distância.
Provavelmente tão grandes quanto os encouraçados, eles também vão desempenhar algumas tarefas dos porta-aviões.
Em vez de um navio lançar um avião que lança um míssil, os ``navios-arsenais" poderão ter menos aviões e atingir mais alvos terrestres com mísseis.
Segundo funcionários da Marinha, não se trata de substituir os porta-aviões inteiramente. O vice-almirante Joe Lopez disse ao Comitê de Forças Armadas no Senado que o novo navio será ``literalmente um arsenal".
Além dos Tomahawks e dos Atacms, ele carregará mísseis antinavio Harpoon e antiaéreos Standard, além de uma versão baseada em navio do míssil de ataque terrestre carregado nos caça-bombardeiros F/A-18.
Os custos de um ``navio-arsenal" são avaliados em US$ 25 milhões ao ano, por quatro anos. O protótipo custaria entre US$ 300 milhões e US$ 550 milhões.
Enquanto isso, países em desenvolvimento fazem filas para comprar porta-aviões de segunda mão. A Índia resolveu substituir seu porta-aviões Vikrant, que comprou do Reino Unido 20 anos atrás.
Segundo funcionários do Ministério indiano da Defesa, o país pode comprar o porta-aviões russo Almirante Gorshkov. A alternativa seria o porta-aviões francês Clemenceau, que em 1999 deverá ser substituído pelo Charles de Gaulle.
O Almirante Gorshkov, de 40.500 toneladas e antes chamado Baku, foi lançado em 1982 e só transporta helicópteros e aviões Forger que pousam e decolam verticalmente.
Quando a URSS se fragmentou, estava construindo os três primeiros porta-aviões de convés chato, capazes de lançar aviões convencionais. O único na ativa, o Almirante Kuznetsov, também é o único operacional da Marinha russa.

Tradução de Clara Allain

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