São Paulo, domingo, 14 de maio de 1995 |
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Beavis & Butt-Head - vida e obra
DALMO MAGNO DEFENSOR
Como o sexo não vai além do pensamento, eles babam diante de pinturas de nus, manequins de lojas e mulheres que vêem nos videoclipes: a exuberante vocalista do Salt'n'Pepa cantando na banheira, as deslumbrantes modelos de ``She's Irresistible", com Robert Palmer. Ao vivo mesmo, só quando invadiram uma colônia de nudistas: à primeira visão de uma ``maja pelada", ficaram boquiabertos, de olhos arregalados, e paralisados pelo choque. Para eles, somente heavy metal é realmente legal (``cool"), mas outros estilos são toleráveis se existe motivo justo: quando Metallica ou Alice in Chains fazem baladas românticas, é porque ``músicas bichosas ajudam a ganhar as meninas". Atento a um clipe da farta Dolly Parton, Butt-Head comenta que ``certas coisas nunca saem de moda". ``Música country?", pergunta Beavis. ``Não, os peitões". Espaço cultural: vendo o Slayer entre as pirâmides do Egito, Butt-Head comenta que ``aqueles triângulos" foram construídos por Moisés, na Antiguidade. ``Isso mesmo, foi lá pelos anos 50", acrescenta Beavis, ``e depois ele quebrou os dez condimentos". Um momento respeitoso, com Frank Sinatra e Bono em ``I've Got You Under My Skin": ``Esse velho deve ser um dos Stones"; ``É, acho que é o Keith Richards"; ``Keith Richards é cool". Por fim, gotas de sabedoria nas imortais palavras de Beavis, sintetizando o ato de viver: ``every single day sucks" (todos os dias são um saco). Texto Anterior: Jornalismo com humor na GNT Índice |
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